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Daniela Rézio

Na defesa do feijão

| 06.02.25 - 15:33
Celebrado em 10 de fevereiro, o Dia Mundial do Feijão foi instituído, em 2019, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), com o objetivo de destacar a relevância nutricional, cultural e ambiental e econômica desse grão e de outras leguminosas.
 
Rico em fibras, proteínas, minerais e vitaminas, o feijão é popular na alimentação do brasileiro e desempenha papel crucial na promoção da segurança alimentar, contribuindo para o combate à fome e à desnutrição em todo o mundo. É essencial ainda para a sustentabilidade agrícola, pois promove a saúde e a fertilidade do solo por meio da fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos e contribuindo para uma agricultura mais sustentável.
 
O Brasil é o terceiro maior produtor de feijão, ficando atrás apenas de Índia e Myanmar. Já o estado de Goiás ocupa a quinta posição entre os principais produtores do grão no País, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra 2024/2025, a previsão é que o nosso estado colha 296 mil toneladas, acréscimo de 8% em relação à safra anterior.
 
Para chegar a ser um dos alimentos mais queridos da mesa do brasileiro e um dos principais produtos agrícolas nacionais, o feijão passa por diferentes etapas de produção, especialmente com a adoção de medidas fitossanitárias para assegurar a sanidade vegetal no Estado. A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), órgão do Governo de Goiás, é fundamental nesse processo, ao desenvolver ações e orientar agricultores sobre práticas fitossanitárias aplicadas à cultura do feijoeiro, assim como na fiscalização e no monitoramento de pragas de importância econômica, buscando garantir a produtividade e a qualidade do grão produzido em solo goiano.
 
Entre as ações desenvolvidas pela Agência está o cadastro de lavouras, obrigatório para todas as propriedades e que deve ser realizado pelo produtor no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). A medida é importante para que a Agência possa fazer o mapeamento da produção no Estado e contribui ainda para o planejamento de ações de mitigação de riscos fitossanitários para a cultura.
 
Como qualquer atividade agrícola, o feijão enfrenta desafios, como a incidência de pragas, que podem comprometer a produção e afetar a segurança alimentar. É o caso da mosca-branca (Bemisia tabaci), transmissora do vírus do Mosaico Dourado do Feijoeiro (Bean golden mosaic vírus), que pode causar perdas de rendimento de até 100% nas principais áreas de cultivo de feijão do Brasil. Para evitar a propagação e ajudar no controle da mosca-branca, foi instituído o Programa Estadual de Prevenção e Controle de Pragas para a Cultura do Feijoeiro Comum, por meio de Instrução Normativa (IN).
 
A principal ação é o vazio sanitário, que torna obrigatória a eliminação de plantas de feijoeiro comum, sejam cultivadas ou voluntárias, por meio do controle químico ou mecânico, no período de 20 de setembro a 20 de outubro. Atualmente, o vazio está implementado em 57 municípios de Goiás, onde a incidência da mosca- branca se encontra em alta infestação, segundo dados de pesquisa da Embrapa Arroz e Feijão.
 
Todo esse trabalho de monitoramento, orientação e fiscalização feito pela Agrodefesa tem o apoio da cadeia produtiva, especialmente do agricultor, que entende a necessidade de assegurar a sanidade vegetal na cultura do feijoeiro e, dessa forma, o bom desempenho produtivo e econômico na atividade agrícola no Estado. É uma parceria que dá certo, cada um desenvolvendo suas ações, de forma estratégica, sustentável e consciente, para que haja produtividade e qualidade do grão de feijão produzido em Goiás, alimento que é essencial no dia a dia dos brasileiros.

*Por Daniela Rézio, gerente de Sanidade Vegetal da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa)
 

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