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Ralph Rangel

Uma guerra – Infraestrutura educacional!

| 14.06.18 - 07:52
Goiânia - No artigo intitulado Uma guerra! clique aqui para ler, apontamos que o Brasil  vive uma guerra contra a educação, e tal guerra tem reflexos diretos no PIB e na situação social, e que ainda, de acordo com o relatório da OCDE(Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico), publicado em fevereiro de 2018, os estudantes brasileiros, no ritmo atual, podem demorar mais de 260 anos para atingir os níveis de proficiência em leitura dos países melhores colocados e 75 anos para atingir os níveis em matemática. Neste artigo vamos continuar avançando para detectarmos os pontos de melhoria da educação, mais especificamente com relação a Infraestrutura educacional.
 
Para onde olhar?
Vamos analisar os resultados obtidos nos relatórios da OCDE versus a infraestrutura oferecida pela rede pública, ao realizarmos tal procedimento, chegaremos a uma breve análise de recursos educacionais que impedem as escolas de fornecer um ambiente adequado de aprendizado. O sistema de referência será composto pelo Censo Escolar do MEC e pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) da OCDE, sendo que este último, é um programa contínuo, que sob visão de longo prazo tem por objetivo o desenvolvimento de uma base de informações educacionais para o monitoramento de conhecimentos e habilidades dos estudantes - definição da própria OCDE. O PISA é designado ainda, como o instrumento externo de referência na avaliação de aprendizagem de estudantes brasileiros da Educação Básica conforme consta na estratégia 11 da meta 7 do Plano Nacional de Educação.
 
Uma questão de infraestrutura!
Para analisarmos a infraestrutura e sua relação com os resultados obtidos, adotaremos os indicadores abaixo, construídos a partir do Censo Escolar juntamente com o índice de Recursos educacionais da OCDE:
1. Escolas sem laboratórios de ciências;
2. Escolas sem quadras de esporte;
3. Escolas sem salas de leitura ou biblioteca;
4. Escolas sem sala de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado;
5. Escolas sem dependências adequadas às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
6. Escolas sem recursos computacionais para uso educacional;
7. Escolas sem internet banda larga.
 
Sabemos que quando falamos em infraestrutura devemos ir muito além, mas esbarramos no fato de que pelo Censo Escolar não é possível identificar o estado de conservação e muito menos o número de horas trabalhadas efetivamente em cada indicador quando for o caso.
 
Ao utilizarmos estes indicadores procuramos analisar a infraestrutura mínima que a escola precisa oferecer aos alunos, tanto para o desenvolvimento de atividades que potencializem o aprendizado, bem como, o quão a escola está preparada para receber a comunidade, servidores e alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. Utilizaremos ainda, dados do Brasil e do Estado de Goiás, este ultimo por me ser familiar e por apresentar um dos melhores desempenhos no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nos últimos anos.
 
Vamos aos números!
De acordo com os dados do último Censo Escolar publicado temos que 71,70% das escolas públicas brasileiras não possuem sala de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado, em Goiás este número é de 63,18%; 57.89% das escolas não possuem dependências ou vias adequadas às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzidas, em Goiás o número é de 48,23%; 6,74% das escolas brasileiras são escolas sem internet, em Goiás o número é de 3,70%; 2,15% é o número de escolas sem recursos computacionais no Brasil, em Goiás o percentual é de 0% (zero); no Brasil 13,69% das escolas reportaram que não possuem sala de leitura ou biblioteca, em Goiás 12,86%; 56,79% das escolas do Brasil não possuem laboratório de ciências, em Goiás 68,01% e por fim 24,32% das escolas no Brasil não possuem quadra de esportes, este número em Goiás é 33,60%. 
 
Já no relatório da OCDE, quando analisamos o percentual de estudantes cujos diretores reportaram “muito” ou “até certo ponto” às questões sobre a falta de recursos educacionais, os maiores problemas identificados se relacionam à:  Falta de infraestrutura física adequada ou de má qualidade, Falta de material educativo ou até mesmo a inadequação dos mesmos. 
 
 
É só investir mais?
A questão não se resume somente em mais investimentos, é preciso investir certo! O investimento deve chegar de fato aonde deve chegar, deve beneficiar o aluno, o professor e a escola primordialmente. Isso pode ser facilmente explicado pelo orçamento do MEC que nos últimos anos foi multiplicado por três, mas os resultados não se concretizaram. Continuaremos abordando o tema nos próximos artigos rumo a uma educação com excelência e equidade.
 


*Ralph Rangel é ex-superintendente na Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás, especialista em Governança nas Tecnologias da Informação e especialista em Educação
 

Comentários

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  • 15.06.2018 18:15 VICENTE GARCIA DE MAGALHAES JUNIOR

    Parabéns Ralphe Rangel, mais um artigo muito bem escrito.

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