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Bem estar

Natação proporciona série de benefícios a crianças com autismo

Professora desenvolve projeto em Goiânia | 28.06.17 - 09:56 Natação proporciona série de benefícios a crianças com autismo (Foto: divulgação)
 
A Redação
 
Goiânia - Pesquisas têm mostrado que exercícios físicos são excelentes para pessoas com deficiência. "A prática regular ajuda a pensar com mais clareza, melhora a memória e proporciona um grande ganho na aprendizagem. A criança aprende brincando”, explica a professora de Educação Física, Viviane Braga.
 
Especialista em Psicopedagogia, Viviane começou a dar aulas de natação para crianças autistas no ano passado, em Goiânia. “O interessante é que a água é um ambiente prazeroso para os alunos e, através da aula de natação, entre outros ganhos, a criança  melhora a postura, alongando e fortalecendo toda a musculatura; aumenta a capacidade respiratória; ativa o sistema neuromuscular e relaxa. Sem contar que é uma forma de proteção para a criança, evitando assim possíveis afogamentos", destaca.
 
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e publicada na Revista da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada em 2014, concluiu justamente o que a professora Viviane percebe na sua rotina de trabalho. 
 
"Vejo que as atividades lúdicas no meio aquático são benéficas para a criança autista, na parte motora, no sentido da ampliação de seus movimentos. Na parte cognitiva, as vivências motoras trabalhadas favorecem no dia a dia a coordenação e consciência corporal. Na parte afetiva, na formação do vínculo afetivo com o professor, ajudando assim na socialização com os colegas. A natação auxilia na disciplina, estabelece limite e motiva a criança”, complementa Viviane. 
 

(Foto: divulgação)
 
O estudo de caso da UFES, conduzido pelos pesquisadores José Francisco Chicon, Maria das Graças Carvalho e Alaynne Silva Fontes, mostrou ainda que “no meio líquido é possível criar situações pedagógicas que tenham as ações lúdicas como cerne para estimular a melhor ambientação da criança nesse espaço, ampliar as interações sociais, o aprendizado dos gestos. E ao fazer isso, o professor contribui para a organização socioafetiva e psicomotora da criança, em especial da criança com autismo”.
 
Viviane Braga lembra ainda que a Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei 13.146/15) preconiza que “a prática da Educação Física e do desporto é um direito fundamental de todos”. “Não devemos esquecer que o esporte socializa e rompe barreiras que pareciam antes intransponíveis”, acrescenta a professora. “E o aprendizado é sempre duplo: eu ensino e aprendo com elas; são as crianças que me ensinam como eu devo ensinar a elas”.
 
Sobre autismo
O autismo é um transtorno do desenvolvimento cuja prevalência tem aumentado muito nos últimos anos. A pesquisa mais recente do CDC (Center of Diseases Control and Prevention) – órgão norte-americano próximo do que representa, no Brasil, o Ministério da Saúde – mostrou que, nos Estados Unidos, há um autista para cada grupo de 45 pessoas. Os dados foram divulgados em 2015. Em 2014, o mesmo órgão, embora com metodologia diferente, publicou um estudo com a proporção de 1 a cada 68. As estimativas já apontam para 70 milhões de pessoas com autismo no mundo; dois milhões somente no Brasil.
 
Popularmente conhecido como autismo, o Transtorno do Espectro Autista é uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por déficits na comunicação e interação social e também por comportamentos repetitivos e estereotipados. Antes dos três anos de vida já podem ser observados alguns sinais, como alterações no sono, aversão ao contato físico, dificuldade de olhar nos olhos, não responder quando chamado pelo nome, não imitar gestos (como bater palmas, acenar ao se despedir), dificuldade de interação com crianças, entre outros. Se desconfiados, os pais devem relatar suas dúvidas ao pediatra.

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