Ela ressaltou ainda que o cronograma ideal é alimentar o bebê exclusivamente com leite materno até os seis meses. Depois desse período, a família pode conciliar o aleitamento com sopa, sucos e frutas até os dois anos de idade, quando o leite materno pode ser retirado da rotina.
Armazenamento
A licença maternidade oferece de quatro a seis meses de afastamento da trabalhadora, dependendo do vínculo empregatício. Para muitas mães, esse período é insuficiente e conciliar trabalho e amamentação do filho não é tarefa fácil.
A coordenadora do Banco de Leite do HMI, Renata Machado Lelis, recomenda às mamães que precisam retornar ao trabalho antes dos seis meses que armazenem o leite para que as crianças continuem sendo amamentadas com o leite materno. Para fazer isso é necessário vários cuidados, já que se trata de um alimento perecível.
Renata Machado Lelis no Banco de Leite (Foto: Renato Conde/A Redação)
"Antes da retirada do leite, a mãe deve higienizar as mãos com água e sabão até os cotovelos, lavar as mamas só com água, prender os cabelos, colocar uma touca e tampar a boca com uma frauda ou uma máscara. Ela retira os primeiros jatos e descarta. Depois ordenha em um recipiente de vidro com tampa plástica, que deve estar esterilizado - ferver e deixar secar no ambiente -. Ela pode congelar ou colocar na geladeira", explicou.
Refrigerado, o leite materno dura por até 12 horas e congelado a duração é de até 15 dias. "O aquecimento desse leite deve ser feito em banho maria. Quando a água mornar em temperatura que a mãe consiga colocar o dedo, ela desliga o fogo e faz movimentos circulares desse recipiente dentro da panela. Ela pode verificar a temperatura do leite colocando algumas gotas na parte interna do braço. O leite descongelado não pode voltar para o congelador. Caso sobre, ele pode ser armazenado na geladeira por até 12 horas", explicou Renata.
Doação
Além do trabalho de orientação e auxílio às mães, que só no mês de maio chegou a mais de 400 mulheres, o Banco de Leite Humano do Hospital Materno Infantil coleta leite materno para as crianças internadas na unidade. Atualmente, o estoque gira em torno de 100 litros por mês, que atende a UTI neonatal. "Para atender outros hospitais, precisaríamos dobrar o volume. Por isso a doação é muito importante", disse.
As mães podem doar o leite na própria unidade ou congelar conforme a orientação. A Fundação Dom Pedro II, que pertence ao Corpo de Bombeiros, dispõe de duas bombeiras e uma viatura para fazer a coleta domiciliar. O recolhimento é feito em Goiânia e em toda a região metropolitana, toda semana. "Essa parceria já dura mais de cinco anos e antes disso tínhamos uma série de dificuldades. Esse trabalho reallizado hoje é de vital importância para a manutenção do banco de leite", ressaltou Renata. Só no mês de maio foram feitas 187 visitas domiciliares coletando 140 litros.
Beatriz e Ronilde fazem a coleta domiciliar de leite materno (Foto: Renato Conde/A Redação)
Para a sargento Beatriz Alves, que faz o recolhimento junto com a cabo Ronilde Ramos, esse trabalho é gratificante. "Estarmos ajudando tantas crianças que precisam desse alimento faz-nos sentir especiais e fundamentais", disse.
A doadora precisa atender alguns critérios, como não ser fumante, nem usuária de drogas, não ingerir bebida alcoólica e apresentar exames pré-natais. A mãe também deve fazer um cadastro junto ao banco. Todas as informações de como se tornar uma doadora podem ser obtidas por meio do telefone 3956-2921.