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Desembargador Paulo Teles discursa contra a vinda do lixo nuclear para Abadia (Foto: Divulgação)
A Redação
Os goianos estão mobilizados contra a possibilidade do governo federal construir um depósito de lixo nuclear --produzido nas usinas de Angra 1 e 2 (no Rio de Janeiro)-- a poucos quilômetros da capital do Estado. Protestos na internet, audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília, e manifestação na cidade de Abadia de Goiás (a 27km de Goiânia) figuram entre as ações de políticos e organizações não governamentais. O próximo passo será uma audiência pública marcada para terça-feira (19/7), na Assembleia Legislativa do Estado.
A audiência pública foi anunciada no lançamento da Operação Abadia de Goiás, ação social do Projeto Rondon realizada neste fim de semana. Durante todo o sábado e na manhã deste domingo, os rondonistas (estudantes universitários que participam do projeto) levaram atendimento médico, odontológico e atividades culturais ao município. Mas o ato solidário serviu de palanque em prol do movimento contra a vinda do lixo nuclear para a cidade, que já abriga os dejetos do acidente radioativo com o Césio 134, ocorrido em Goiânia em 1987.
O lançamento da campanha contou com a presença do desembargador Paulo Teles, representando o Judiciário. O deputado estadual Daniel Vilela, ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso, prefeito de Abadia Valdeci Mendonça, todos peemedebistas, além de secretários e vereadores do município. Também participaram do evento o deputado federal Jorge Pinheiro (PRB), membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal, e presidentes do Projeto Rondon nacional Sérgio Mário Pasquale, e de Goiás, José Cláudio Romero. Agmar Ribeiro, ex-prefeito de Rubiataba, representou o governador Marconi Perillo.
Internet
Desde o dia oito de julho o Projeto Rondon está coletando assinaturas em uma petição contrária à proposta. A capanha na internet é divulgada pelas redes sociais, Twitter e Facebook. Os interessados podem acessar o site www.projetorondon-go.org.br/goiasdiznao. Sem o aval da sociedade, o material contaminado não pode ser armazenado em Goiás.
No mês passado, em Brasília, parlamentares goianos reforçaram a posição de não receber os dejetos, em audiência proposta pelo deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). O democrata alega que Abadia foi rotulada de "Cidade do Césio" e, devido ao preconceito, não teria se desenvolvido da mesma forma que os demais municípios da região metropolitana de Goiânia.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) realiza estudos para identificar o melhor local para depositar tais dejetos. Além de Abadia, mais duas cidades são apontadas como opção, uma na Bahia e a outra no Amazonas. Para a comissão, Abadia de Goiás seria a mais indicada, por já dispor de infraestrutura necessária.
