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Gustavo Alves
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Jornalista / atendimento@aredacao.com.br

Rio

Orla carioca é ótima no inverno

Quem se importa com o frio perde a praia | 26.07.11 - 21:00 Orla carioca é ótima no inverno Foto: Gustavo Alves

O pior do inverno se foi com o fim de julho, e quem se impressionar com o frio que faz na sombra vai perder uma bela praia: embora ela não dure até as 20 horas, como no verão, não faz tanto calor assim, e a água  é menos fria e menos frequentada - o que significa mais agradável. Mas se você não quiser meter o pé na areia, ainda assim, dá para fazer um bom passeio entre o posto 6, no fim de Copacabana, e o Início de Ipanema, admirando a Orla e parando para entrar em lojas, galerias de arte e parando para comer em uma variedade de restaurantes com opções bem melhores do que as armadilhas para turistas que costumam ser o padrão na Avenida Atlântica, em Copacabana.

O passeio pode começar pelo Posto 6, onde há uma colônia de pescadores e bancadas para vender pela manhã peixes que acabaram de ser recolhidos em Copacabana ou nas imediações das ilhas Cagarras, em Ipanema. Se for este o início, você não vai comprar um peixe e sair com ele andando até o Leblon, é claro. Mas fique observando o movimento dos barcos, das redes sendo destrançadas e postas para secar, a movimentação dos vendedores e dos pescadores que limpam o produto para seus clientes: é um clima que lembra uma música de Dorival Caymmi - até porque o baiano que por muito tempo morou em Copacabana é lembrado em uma estátua próxima, no calçadão, um pouco depois da estátua de Carlos Drummond de Andrade em um banco, ponto favorito para fotos de muitos turistas.

Se já tiver passado das 10 horas e for domingo, tome café na Confeitaria Colombo no Forte de Copacabana, a construção onde os tenentes que derrubaram a República Velha fizeram sua mais famosa e fracassada revolta, aquela em que só 18 teriam sobrado defendendo suas muralhas (hoje aceita-se que o número era menor) antes de serem derrotados em um tiroteio na Atlântica. O Café do Forte (http://www.confeitariacolombo.com.br/site/cafe-do-forte/), como se chama esta filial da tradicional confeitaria carioca, serve doces e waffles para você apreciar os surfistas, banhistas e o Leme, ao fundo, na paisagem - sem o menor risco de começar uma revolta. Nos outros dias, o café abre apenas para almoço, entre meio-dia e 16 horas.

Do posto ou do café, siga para o Cassino Shopping Atlântico, onde o mais indicado é passar pelas galerias de arte. A maior parte delas, e com a produção mais recente de artistas contemporâneos, está no segundo andar. Mas passeie também pelo térreo e o terceiro andar.  Há fotografias, graffitti, paisagens antigas, obras de pintores consagrados, trabalhos para todos os tipos de gosto - inclusive para o mau gosto, é bom se prevenir. Na rua lateral ao cassino, siga adiante para o Arpoador. E dê uma paradinha na Galeria River. É o ponto das lojas para surfistas na Zona Sul, com pranchas e outros apetrechos para o esporte em pequenos estabelecimentos onde você também encontra camisetas e calçados surfwear.

Entrando pelo Parque Garota de Ipanema, você pode subir à esquerda para ter uma vista do Arpoador, Ipanema e Leblon do alto da pedra. Ou seguir à direita. Se tiver alguma mesa vaga (o que é impossível no verão) no Azul Marinho, no Arpoador, tome conta dela, peça algumas ostras, uma garrafa de vinho branco gelado, e relaxe. Para suas instalações e serviço, o restaurante pode até ser chamado de caro. Mas você vai pagar é pela paisagem - os surfistas à esquerda, a faixa de areia que vai acabar nos pés do morro Dois Irmãos e da Favela do Vidigal à direita, as Cagarras e barcos pasesando no horizonte à frente. E pela comodidade: dá para deixar a mesa e ir tomar um banho de mar sem ter de atravessar as pistas da Vieira Souto, que começa adiante: apenas um pequeno caminho de paralelepípedos separa o restaurante do calçadão e da escada que dá acesso à areia. Não estranhe se vir passar Oskar Metsavaht, o dono da Osklen: ele mora em um prédio quase ao lado. O Azul Marinho tornou-se um dos pontos favoritos dos estrangeiros no verão passado, até pelo seu clima meio decadente no ambiente interno - que é quase tão gostoso quanto as mesinhas de fora, e tem a vantagem de nele entrarem pedintes e aqueles triozinhos de músicos itinerantes que tocam versões irritantes de músicas para lá de conhecidas e ouvidas como Aquarela do Brasil.

Está podendo e querendo algo mais chique? Então almoce no Fasano al Mare, o restaurante de salão amplo com espelhos e 70 lugares no térreo do hotel Fasano, já na Vieira Souto. O lugar também serve café da manhã. É bem mais sofisticado do que o Azul Marinho. E mais caro, também. Um meio-termo também veio de São Paulo para a Vieira Souto, e é quase vizinho ao hotel: o Astor, bar com decoração moderna, variedade de bebidas e petiscos e vista para a praia também, lógico - mas ela fica depois das pistas da avenida. O esquema chope e banho de mar funciona melhor no Azul Marinho...

Continuando  o passeio, você pode voltar ao calçadão. Mas se andar duas quadras pelo lado direito da Vieira Souto, vai entrar na Casa de Cultura Laura Alvim. Além de única casa que sobrou dos palacetes que já ornamentaram a Vieira Souto, ela reúne uma galeria de arte com exposições também de artistas contemporâneos. E um café no pátio interno: a vista deixa de ser o mar para ver as meninas de Ipanema escolhendo filmes e peças de teatro que assistirão à noite.


Comentários

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  • 28.07.2011 09:58 Bia Tahan

    Delícia. Queria estar no Rio agora.

  • 27.07.2011 21:56 Fernanda Toledo

    Matei um pouco da minha saudade. Obrigada!

  • 27.07.2011 08:57 francine carim dias

    Sugestões como esta são ótimas para quem gosta de curtir o nosso belo Brasil. Continue!

  • 27.07.2011 07:33 wolney

    belo texto. valeu pelo passeio

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