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Da periferia para o mundo

Aluno da rede pública estadual fatura 2º lugar em festival de dança europeu

Alen Cássio teve apoio do governo de Goiás | 28.04.17 - 22:30 Aluno da rede pública estadual fatura 2º lugar em festival de dança europeu (Foto: divulgação)
A Redação

Goiânia -
Da periferia de Goiânia surge um nome promissor para a dança contemporânea. Aluno da rede pública estadual, Alen Cássio voltou essa semana de Portugal trazendo consigo muitas histórias para contar e também o troféu de 2º lugar no 19º Festival Norte Dança, realizado entre os dias 21 e 23 de abril, na cidade de Porto. As despesas da viagem do aluno e do coreógrafo, Valter Caldeira, foram pagas pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce).
 
Alen Cássio precisou de dedicação extra para se apresentar nos palcos europeus. Diferente de todos que estavam lá, o estudante não pertence a nenhuma escola de dança. Seu talento foi lapidado durante os recreios do Colégio Estadual Sebastião Alves de Souza, onde cursa o Ensino Médio. Desde 2012 a unidade escolar desenvolve o projeto Alma e Corpo, coordenado pelo Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte. As oficinas de dança geralmente acontecem no recreio ou após as aulas. Como Alen Cássio, todos os alunos da escola podem participar gratuitamente.
 
O estudante goiano apresentou, em Portugal, “O Despertar do Escorpião”. De acordo com o professor Valter, responsável pelo Alma e Corpo, a coreografia foi pensada por uma equipe multidisciplinar. “Entendo que a dança pode auxiliar no aprendizado, então procuro estar sempre alinhado com o que os alunos estão estudando em sala de aula. Nesse caso, a professora Márcia, de Biologia, sugeriu incluir o escorpião pelo fato de a turma estar aprendendo a zoologia dos invertebrados”, explicou.
 
As características do escorpião inspiraram o figurino, a maquiagem e os movimentos corporais do bailarino goiano nos palcos. Seu estilo exótico também atraiu os olhares do público para além do espetáculo. “Todo mundo parou para tirar foto, para conversar com ele. Teve um momento que nem eu consegui chegar perto do bailarino. O tecido cor de pele e a maquiagem mexeram muito com todos”, narrou Valter.
 
Durante o festival português, Alen Cássio teve a certeza de que quer ser bailarino, sentimento que cultiva desde 2014, quando começou a dançar. “O tempo que estive em Portugal foi mágico. Conheci muitas coisas novas e vários bailarinos do mudo inteiro, e isso engrandece meu currículo. Só tenho a agradecer”, contou o estudante.
 
O professor também voltou se sentindo realizado. “É um sentimento de dever cumprido. Somos da periferia, de um colégio estadual, e não de uma escola de dança. A probabilidade de todo esse sonho dar certo era pequena. A gente sair daqui, mesmo ele não sendo bailarino profissional, e ser reconhecido desse jeito é uma vitória muito grande. Mostra que estamos no caminho certo e me dá ainda mais incentivo para continuar com o Alma e Corpo”, destacou o coreógrafo. 

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