Rafaela Bernardes
Goiânia - Depois de inaugurar recentemente a ala feminina da unidade, o Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) de Aparecida de Goiânia passará a contar no próximo mês com uma ala infantojuvenil. O anúncio foi feito com exclusividade pelo diretor-técnico do centro, Tiago Batista de Oliveira. Em entrevista ao jornal A Redação, o diretor informou que serão 36 vagas para crianças e adolescentes, sendo 24 para meninos e 12 para meninas.
"Estamos terminando de contratar os profissionais que foram selecionados no processo seletivo realizado em janeiro deste ano. Acredito que em duas semanas já estaremos com a ala infantojuvenil aberta para o tratamento desses adolescentes", explicou Tiago.
Entrevista com o diretor-técnico do Credeq, Tiago Batista de Oliveira (Foto: Letícia Coqueiro)
Na avaliação da supervisora do serviço social na unidade, Elis Marina de Sousa, o atendimento ao novo público do Credeq será um grande desafio. "A questão do adolescente é muito peculiar, porque a gente imagina que eles vão chegar aqui através de medidas judiciais que pedem a internação do menor. Então, como não é uma internação espontânea, acreditamos que vamos ter que motivar esse adolescente a entender o motivo do tratamento para que ele se abra para essa nova perspectiva. Vai ser um desafio muito grande", ressaltou.
Entrevista com a supervisora do serviço social na unidade, Elis Marina de Sousa (Foto: Letícia Coqueiro)
Ala feminina
Apesar de já ter iniciado o tratamento para mulheres, o Credeq conta com apenas uma interna na ala feminina da unidade. O tratamento para pacientes femininas começou no dia 13 de março e, ao todo, são 24 vagas disponíveis para internação de mulheres dependentes em álcool e/ou drogas. Segundo o diretor Tiago Batista, a falta de encaminhamento é o motivo do baixo índice de internação.
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"Estamos tendo dificuldades com relação ao encaminhamento de pacientes para o Credeq. A gente entende que pessoas para serem internadas existem, o que está ocorrendo é uma falha na comunicação. Acredito que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ainda não sabem que já estamos com a ala feminina aberta para o tratamento das pacientes", explicou.
De acordo com a supervisora Elis Marina de Sousa, as assistentes sociais do Credeq estão ligando para os CAPS e para as secretarias municipais de saúde para divulgar as vagas abertas no Credeq e para informar como deve ser feito o encaminhamento do paciente.
"A gestão nos municípios mudou e isso impactou diretamente no nosso atendimento. Com a renovação de grande parte dos servidores nas prefeituras, alguns funcionários ainda não sabem como proceder para regular o paciente para o tratamento no Credeq, por isso estamos ligando e esclarecendo as dúvidas nas unidades reguladoras", explicou.
Internação
O encaminhamento dos pacientes para o tratamento no Centro de Referência e Excelência em Dependência Química é feito pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou pelas secretarias municipais de Saúde. Qualquer pessoa com dependência em álcool e/ou drogas tem direito à internação na unidade.
"Os CAPS são a porta de entrada para o tratamento no Credeq. Em 11 cidades goianas existem Centros de Atenção voltados ao Álcool e Droga (CAPS AD). Em outros municípios existem apenas o CAPS, mas todos eles podem fazer o encaminhamento do paciente para o tratamento. Em cidades onde não existem os CAPS, a referência é feita diretamente pelas secretarias municipais de saúde", explicou o diretor da unidade de Aparecida de Goiânia.
(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
O Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq) Jamil Issy, em Aparecida de Goiânia, foi inaugurado no dia 23 de junho de 2016. A primeira ala aberta no Centro de Referência foi a masculina adulta, que oferece 42 vagas de internação.
