A Redação
Goiânia - O presidente do conselho de administração do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, disse durante acordo de delação premiada que a Arena Corinthians, concluída às vésperas da Copa do Mundo, foi um presente da empreiteira para o torcedor e ex-presidente da República, Lula. As informações são da Folha de S. Paulo.
Emílio tenta fechar um acordo de delação com a Justiça. Ele é pai de Marcelo Odebrecht, preso desde junho do ano passado e condenado a 19 anos de prisão. A decisão do patriarca de negociar delação envolve outros 80 executivos. Seu objetivo, segundo a Folha, é salvar o grupo da falência. Depois que Marcelo foi preso, a Odebrecht já acumula dívidas de R$ 110 bilhões.
A construção da Arena Corinthians seria, na versão de Emílio, uma forma de retribuir uma suposta ajuda de Lula ao grupo durante seus mandatos como presidente do país, entre 2003 e 2010. O faturamento da Odebrecht durante os governos do PT (2003 a 2015) teriam se multiplicado por sete, passando de R$ 17,3 bilhões para R$ 132 bilhões.
Mais conhecida como Itaquerão, a Arena Corinthians foi construída entre 2011 e 2014 e inclusive foi palco da abertura da Copa do Mundo. O custo da obra foi de R$ 1,2 bilhão, ou seja, quase 50% a mais que a estimativa inicial (R$ 820 milhões). A construção do estádio foi financiado por recursos do BNDES, empréstimos em bancos privados e títulos autorizados pela prefeitura de São Paulo, com o então prefeito Gilberto Kassab (PSD).
A Folha apurou que o Corinthians não tem pago as mensalidades ao BNDES, cujas parcelas são de R$ 5,7 milhões, porque negocia uma carência maior. A expectativa de arrecadação para a arena no ano passado era de R$ 112 milhões, mas a marca alcançada foi de R$ 90 milhões. Se continuar assim, o clube pode perder a arena para a Odebrecht.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse à reportagem da Folha que "a Lava Jato não conseguiu apresentar qualquer prova sobre suas acusações contra Lula. Na ausência de provas, trabalha-se com especulações de delações; Se a delação já não serve para provar qualquer fato, a especulação de delação é um nada e não merece qualquer comentário". Já o grupo Odebrecht e o Corinthians não quiseram comentar o caso.
(Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
