Brasília - Acabou no início da tarde desta segunda-feira (30/05), a reunião do presidente em exercício, Michel Temer, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no Palácio do Planalto, para fazer uma avaliação da situação do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira. Segundo interlocutores, Temer decidiu manter o ministro no cargo "por enquanto". Não há um definição do tempo e de que fatores poderiam mudar a situação, mas segundo fontes o presidente em exercício disse que é essa a orientação "até segunda ordem".
À tarde, Temer segue no Planalto em despachos internos e, às 16 horas, tem encontro com o presidente do Instituto Brasileiro de Direito administrativo (IBDA), Valmir Pontes Filho. Depois, às 17 horas, Temer tem agendado um encontro com o procuradorGeral da República, Rodrigo Janot. Segundo interlocutores, oficialmente o encontro com Janot é para tratar de uma pauta específica da PGR.
Conversas
Silveira teve áudios de conversas com expresidente da Transpetro Sérgio Machado divulgados ontem pelo Fantástico. Nas
conversas, há cerca de três meses, quando Silveira ainda era do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele aconselha Machado e o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), sobre como deveriam agir em relação às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Atualmente, Silveira comanda pasta estratégica para medidas de combate à corrupção no País. No domingo, Silveira procurou o presidente em exercício no Palácio do Jaburu para se explicar e teria saído de lá convencido de que Temer o daria mais um voto de confiança.
Essa é a segunda semana seguida em que o governo Temer começa tendo que resolver problemas relacionados ao alto escalão. Na
segundafeira passada, após o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, ser flagrado em áudios com Machado falando em
"estancar a sangria" na Lava Jato, Temer teve a primeira baixa em sua equipe. Jucá ficou apenas 12 dias no cargo e pediu licença do
Planejamento para esclarecer os fatos.
No Palácio do Planalto, o clima é de cautela. "O assunto dominante é esse, vamos de novo começar a semana no improviso", disse um assessor palaciano. (Agência Estado)