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Parlamentar demonstrou que quer ficar no cargo | 06.05.16 - 15:57
Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado (ARQUIVO) Brasília - Em encontro com alguns deputados na manhã desta sexta-feira, 6, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), voltou a demonstrar disposição em seguir no cargo.
Diante do número significativo de parlamentares, principalmente da oposição, que dizem que o deputado não tem condições de presidir a Casa por sua inabilidade política, Maranhão mandou um recado: "Vocês vão se surpreender comigo". Desacostumado em conduzir o plenário da Casa, o deputado pediu que fosse organizada uma "pauta leve" em sua semana de estreia no comando da Câmara.
Os colegas riram e informaram ao parlamentar que não há matérias "leves" em vista. Maranhão recebeu os deputados fora da Câmara e, até o momento, não veio ao gabinete. Ontem, logo que chegou em seu gabinete, Maranhão recebeu o apoio de alguns parlamentares governistas, falou em pacificar a Câmara após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e propôs uma "agenda positiva" de votações para a próxima semana.
De acordo com a vice-líder do governo, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Maranhão autorizou que se prepare uma agenda de projetos para colocar em pauta em homenagem à semana que sucederá o "Dia das Mães".
Destituição
Um grupo de parlamentares próximos a Cunha elabora estratégias para tirar Maranhão do cargo e desse modo eleger um deputado alinhado ao peemedebista na presidência da Câmara. Segundo aliados, o peemedebista disse que "fará o possível" para encurtar a passagem de Maranhão na presidência. Apesar de não querer ver o vice-presidente em seu lugar, Cunha está consciente de sua fragilidade política.
Ele sabe que não voltará mais ao cargo e que se for aprovado um pedido de cassação de seu mandato no Conselho de Ética, o plenário tende a referendá-lo. Pela interpretação do regimento interno feita pela Secretaria Geral da Mesa Diretora, só seria possível eleger um presidente da Casa em caso de morte, renúncia ou perda de mandato, o que não é o caso de Cunha. Assim, Maranhão tem direito de permanecer presidindo interinamente a Câmara enquanto Cunha estiver afastado porque não foi declarada a vacância do cargo.
Algumas teses de afastamento de Maranhão estão em discussão, entre elas uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que declare o cargo de presidente da Câmara vago. Os defensores dessa estratégia dizem que se Cunha está afastado do mandato e não tem previsão de retorno, portando seria necessária uma nova eleição. (Agência Estado)