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Educação

Goiás foi o que mais contribuiu com a segunda versão da base curricular

Documento determina conteúdos mínimos | 04.05.16 - 16:36 Goiás foi o que mais contribuiu com a segunda versão da base curricular (Foto: Mariana Leal/MEC)
A Redação

Goiânia -
O Estado de Goiás foi a unidade da federação que mais contribuiu para a segunda versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento, que tem a meta de determinar conteúdos mínimos que os alunos das 190 mil escolas do país terão que aprender a cada etapa da educação básica, foi entregue pelo Ministério da Educação (MEC), nesta terça-feira, 3/4, ao Conselho Nacional de Educação (CNE), durante solenidade, que contou com a presença da secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), Raquel Teixeira.
 
A primeira versão da base curricular foi elaborada por um grupo de 116 especialistas, entre professores da educação básica e professores universitários, e disponibilizada em 16 de setembro do ano passado. Desde então, a página ficou aberta para receber sugestões e críticas online. Ao todo, foram mais de 12,2 milhões de contribuições pela internet e mais de 700 reuniões de discussão com a participação de 200 mil professores e 45 mil escolas. Grande parte dessas contribuições foi proveniente de Goiás, o que elevou o Estado ao topo de ranking de participações.
 
De acordo com o superintendente do ensino médio de Goiás, Wisley João Pereira, que também acompanhou o processo, o Estado foi o único a montar uma força-tarefa envolvendo toda a unidade escolar em parceria com instituições federais e estaduais. “Foi feito um trabalhado com cada comitê regional presente nas 40 subsecretarias do Estado. Criamos um site só para isso, com informações, orientações, documentos, cronogramas para que todos pudessem participar e acompanhar esse processo. Foi uma estratégia que permitiu que o movimento de Goiás fosse efetivo e nos tornasse referência para o País”, ressaltou Wisley.
 
O MEC incorporou as sugestões feitas por consulta pública e por especialistas de todo o Brasil e consolidou a segunda versão da BNCC, que tem 676 páginas. Agora, o CNE conduzirá seminários nos Estados e debaterá o documento antes de apresentar uma a versão final, que volta para o ministério para ser homologado. Em Goiás, o primeiro seminário será realizado nos dias 2 e 3 de junho no auditório do Instituto de Educação de Goiás (IEG).
 
Na prática, a base curricular começa a ser implementada nas escolas em 2018 e as redes estaduais e municipais terão um prazo para adequar os próprios currículos e reformular os livros didáticos. Além das mudanças em sala de aula, a nova base curricular deve ter impacto significativo na formação dos educadores. "Esse é um momento histórico para a educação brasileira. Será nossa primeira base curricular e a implementação de mudanças não vai ocorrer de forma rápida. Vamos mexer na formação inicial dos professores e na formação continuada daqueles que já estão na rede. É um processo longo, mas estamos caminhando”, afirmou Wisley Pereira.
 
Durante o evento, o ministro da educação, Aloizio Mercadante, também citou os efeitos que a Base trará no aprimoramento de avaliações. “Ela vai deflagrar um processo muito rico de aprimoramento nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), desde a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), a Prova Brasil, o Ideb (índice de desenvolvimento da educação básica) e o próprio Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Tudo isso será revisitado a partir da BNCC”, disse.
 
Mudanças
A relação entre o ensino para os pequenos e a alfabetização ficou mais bem explicitada, assim como as faixas etárias relativas a essa modalidade, que na primeira versão não apareciam.
 
Para o superintendente Wisley, a mudança mais expressiva foi no ensino médio, que passou a ser dividido por unidades curriculares e não por ano como é atualmente. “Isso vai permitir uma flexibilização na construção dos currículos. Por exemplo, se eu quiser inserir física apenas no segundo ano, eu poderei. O nosso atual sistema não valoriza as competências individuais, já que é um ensino médio de trajetória única. Então, essa mudança permitirá uma reformulação no ensino médio”, afirmou.
 
Há também mais articulação com o ensino técnico-profissionalizante a partir das quatro áreas temáticas incluídas nessa fase da vida estudantil.
 
Em língua portuguesa, a influência dos clássicos lusitanos foi reforçada, mas o destaque para os autores brasileiros continua. História, por sua vez, traz uma “reorganização dos temas”, que além da valorização das culturas africana e indígena, traz conteúdos de história antiga, como Grécia e Roma. A ausência desses conteúdos foi alvo de críticas de especialistas.
 
BNCC
A base curricular está prevista em lei, no Plano Nacional de Educação e vai fixar conteúdos mínimos que os estudantes devem aprender a cada etapa da educação básica, da educação infantil ao ensino médio. O conteúdo da base deverá preencher dois terços do currículo escolar. No restante do tempo, as redes de ensino poderão definir o que ofertar – como conteúdos regionais e atividades extras.
 
A BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e países desenvolvidos já organizam o ensino por meio de bases nacionais. “A Base vai assegurar os objetivos e direitos de aprendizagem; ou seja, qualquer estudante, em qualquer série, em qualquer escola do Brasil, tem de ter um objetivo e um direito-base de aprendizagem, e é isso que ela procura assegurar”, finalizou o ministro Mercadante.  (Com assessoria)

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