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Igreja Católica

Papa diz que judeus são 'irmãos mais velhos' de cristãos

Expressão já foi utilizada por João Paulo II | 18.01.16 - 08:00
Vaticano - O papa Francisco condenou qualquer tipo de violência religiosa e afirmou que os judeus são os "irmãos mais velhos" dos cristãos, durante visita à principal sinagoga de Roma, na Itália, onde se encontrou com a mais antiga comunidade judaica da diáspora. O encontro ocorre em um momento em que ataques extremistas ocorrem em diversas localidades do globo.

A expressão "irmãos mais velhos" dos cristãos foi proferida por João Paulo II durante sua visita histórica à sinagoga 30 anos atrás. A visita do papa Francisco dá continuidade à tradição de visitas papais que começou com João Paulo II em 1986 e continuou com Bento XVI em 2010.

Também marca o 50º aniversário da revolução nas relações entre cristãos e judeus iniciada pelo segundo conselho do Vaticano - série de encontros realizados entre 1962 e 1965 que posicionaram a igreja na era moderna. Um dos resultados do conselho foi o documento "Nostra Aetate", que repudiou o fato de, por séculos, os judeus terem sido responsabilizados pela morte de Jesus.

Francisco afirmou que a declaração equivalia a um "sim" à redescoberta das raízes judaicas do cristianismo e um "não" a todas as formas de anti-semitismo, assim como uma condenação de insultos, discriminações e perseguições delas derivados. No início da cerimônia, o papa se juntou a um grupo de sobreviventes do Holocausto.

Durante a solenidade, Francisco rejeitou todas as formas de anti-semitismo e lembrou que 6 milhões de judeus foram vítimas da "mais desumana barbárie, perpretada em nome de uma ideologia que pretendia substituir Deus pelo homem". "A Shoah nos ensina que devemos ter a máxima vigilância, a fim de sermos capazes de intervir rapidamente em defesa da dignidade humana e da paz", complementou.

O comentário chamou a atenção já que, em 2010, a visita do papa Bento XVI foi marcada por sua defesa de Pio XII, papa da época da Segunda Guerra Mundial acusado por muitos judeus de ter falhado na proteção do povo judaico durante o Holocausto. O Vaticano tem mantido a versão de que o Pio XII usou de diplomacia para tentar salvar os judeus. O papa Francisco não fez menção a Pio XII.

"A violência do homem contra o homem contradiz todas as religiões que carregam este nome, em particular as três religiões monoteístas", afirmou Francisco, em referência ao Cristianismo, Judaísmo e Islamismo. "Todo ser humano, sendo uma criatura de Deus, é nosso irmão independentemente de sua origem ou crença religiosa", complementou. Membros da comunidade judaica adotaram discurso semelhante.

"Um encontro de paz entre diferentes comunidades religiosas como este é um forte sinal contra a invasão e o abuso da violência religiosa", disse o rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni.

Francisco tem um relacionamento de longa data com a comunidade judaica argentina, do tempo em que foi arcebispo em Buenos Aires. Entretanto, eventos recentes envolvendo o Vaticano desagradaram a comunidade judaica, como o recente tratado do Vaticano negociado com o Estado da Palestina. Fonte: Associated Press. (Agência Estado)

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