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"A vaca vai pro brejo?"

Em novo artigo, Marta Suplicy volta a criticar duramente o governo federal

Confira o texto na íntegra | 06.03.15 - 19:26 Em novo artigo, Marta Suplicy volta a criticar duramente o governo federal (Foto: Gervásio Baptista/Agência Brasil)
A Redação
 
Goiânia - Em artigo publicado nesta sexta-feira (6/3) no jornal Folha de São Paulo, a senadora pelo PT de São Paulo Marta Suplicy voltou a fazer duras críticas ao governo federal. Marta, que já escreveu para a Folha em 2011 e 2012, voltou a ser articulista do períodico nesta semana.
 
A senadora expõe sua visão e critica a postura adotada pelo governo e pelo seu próprio partido, o mesmo da presidente Dilma Rousseff. "Em política existem duas coisas que levam a vaca para o atoleiro: a negação da realidade e trabalhar com a estratégia errada. O governo recém-empossado conseguiu unir as duas condições.", escreve.
 
Marta analisa a falta de transparência do governo e diz ainda que o povo "está ficando muito irritado com o desrespeito à sua inteligência. [...] Que triste."
 
Confira abaixo o artigo na íntegra:
 
A vaca vai pro brejo?
 
É um privilégio neste momento crítico da política brasileira voltar a este espaço que ocupei em 2011 e 2012. Já colaborei na Folha, em cadernos e anos diversos, exercendo atividade diferente da que tenho hoje. Tenho consciência da importância que foi chegar a milhares de pessoas quebrando tabus, defendendo os direitos do povo, das mulheres e minorias, avançando em temas de difícil aceitação.
 
Senadora, e com uma visão muito crítica da situação política brasileira, sinto-me no dever de exercer neste espaço a audácia e transparência que caracterizaram minha vida.
 
Em política existem duas coisas que levam a vaca para o atoleiro: a negação da realidade e trabalhar com a estratégia errada.
 
O governo recém-empossado conseguiu unir as duas condições. A primeira, a negação das responsabilidades quando a realidade se evidencia. A segunda, consequência da mentira, desemboca na estratégia equivocada. Estas condições traduzem o que está acontecendo com o governo e o PT.
 
O começo foi bem antes da campanha eleitoral deslanchar. Percebiam-se os desacertos da política econômica. Lula bradava por correções. Do Palácio, ouvidos moucos. Era visto como um movimento de fortalecimento para a candidatura do ex-presidente já em 2014. E Lula se afasta. Ou é afastado. A história um dia explicará as razões. O ex-presidente só retorna quando a eleição passa a correr risco.
 
Afunda-se o país e a reeleição navega num mar de inverdades, propaganda enganosa cobrindo uma realidade econômica tenebrosa, desconhecida pela maioria da população.
 
Posse. Espera-se uma transparência que, enquanto constrangedora e vergonhosa, poderia pavimentar o caminho da necessária credibilidade.
 
Ao contrário, em vez de um discurso de autocrítica, a nação é brindada com mais um discurso de campanha. Parece brincadeira. Mas não é. E tem início a estratégia que corrobora a tese de que quando se pensa errado não importa o esforço, porque o resultado dá com os "burros n'água".
 
Os brasileiros passam a ter conhecimento dos desmandos na condução da Petrobras. O noticiário televisivo é seguido pelo povo como uma novela, sem ser possível a digestão de tanta roubalheira. Sistêmica! Por anos. A estratégia de culpar FHC (não tenho ideia se começou no seu governo) não faz sentido, pois o tamanho do rombo atual faz com que tudo pareça manobra diversionista. Recupera-se o discurso de que as elites se organizam propagando mentiras porque querem privatizar a Petrobras. Valha-me! O povo, e aí refiro-me a todas as classes sociais, está ficando muito irritado com o desrespeito à sua inteligência. Daqui a pouco o lamentável episódio ocorrido com Guido Mantega poderá se alastrar. Que triste. 
 

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