Mônica Parreira
Goiânia - O prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), garantiu nesta terça-feira (25/2) ao jornal A Redação que não vai desistir de sua pré-candidatura ao governo de Goiás e quer buscar o apoio do PMDB e partidos aliados. "Se não estivermos juntos no primeiro turno, certamente estaremos no segundo", afirmou.
Gomide explicou que a decisão definitiva sobre sua candidatura sairá no dia 29 de março, data de reunião regional do PT para decidir se ele deixa a prefeitura de Anápolis e oficializa sua candidatura. Pela legislação, o prefeito tem até o dia 5 de abril para se afastar do cargo.
Gomide concedeu entrevista aos jornalistas Monica Parreira e João Unes durante visita à sede do jornal A Redação, acompanhado do assessor de imprensa, Henrique Morgantini.
O prefeito de Anápolis explicou que sua pré-candidatura está apoiada pelos principais líderes nacionais do PT. “O trabalho é desenvolvido em sintonia com as decisões do diretório nacional, então o partido está consciente de que para qualquer tomada de posição, temos apoio. Agora o que queremos é unir as oposições, buscar o PMDB e partidos aliados, porque nosso adversário é o PSDB”, esclareceu.
O petista considera normal o fato do PMDB querer lançar nomes, e afirmou que a união pode ocorrer no segundo turno - caso não entrem em acordo neste primeiro momento -, mas descartou a possibilidade de ser candidato a vice ou senador.
“Se eu me desincompatibilizar da prefeitura de Anápolis no dia 29, significa que as conversas já foram feitas e vou sair candidato a governador. Se as conversações com o PMDB e partidos aliados apontarem outra estratégia, obviamente não vou sair da prefeitura para ser candidato a outro cargo”, enfatizou.
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Fortalecimento
O petista analisa que a atual hegemonia do PSDB em Goiás estaria desgastada, e que isso fortalece a ideia de renovação do quadro político. “A população goiana conhece o PSDB, conhece o governador, não sou eu quem vai colocar o sino no pescoço do gato. O sentimento já está explicado, ou seja, o trabalho que foi feito ou não feito ao longo desses 16 anos, o cidadão já questiona por si. O discurso está desgastado”, argumentou.
Sobre o fato de ser ainda pouco conhecido no resto do Estado, Gomide lembrou que há seis anos, quando lançou sua candidatura à prefeitura de Anápolis, também ouvia esta ressalva. "Saí de 3,5% para o segundo turno, e daí para a vitória", disse. Ele lembrou que o governador Marconi Perillo também iniciou sua candidatura com baixos índices nas intenções de voto.
O pré-candidato considera que a corrida pela reeleição de Dilma Rousseff fortalece a oportunidade de lançar candidato do PT em Goiás.
Gomide está liderando uma série de encontros regionais do partido e pretende fechar os trabalhos com 20 municípios visitados até a data da convenção do partido.
Ele fez uma avaliação positiva dos encontros que promoveu até agora, já que angariou apoio de vários líderes políticos.
“Fica difícil promover reuniões do partido e não apresentar nada local. Além de buscar a reeleição da Dilma, o fato de ter um candidato próprio para o governo movimenta o bastidor político. Então isso mexe com vereador e prefeito, mesmo sendo de outro partido, porque o pessoal sabe que o trabalho realizado em Anápolis está dando certo. Esses encontros regionais estão me fazendo perceber isso”, disse.
Gomide destacou que sua gestão em Anápolis registrou grandes avanços nas áreas de educação, saúde, gestão e moradia. "É só andar por Anápolis e conversar com as pessoas", disse. "Temos grande preocupação com as causas sociais."
Caso seja confirmada sua candidatura, Gomide planeja fazer uma espécie de pré-campanha até junho, a fim de que seu nome seja conhecido em todo o Estado. O político projeta trabalhar em ações que ele classificou como propositivas. “Hoje Goiás está precisando de menos conversa e mais gestão, mais planejamento. Isso que a população está pedindo na rua, mais prestação de serviço”, finalizou.