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Trabalho escravo

19 carvoeiros são resgatados em Itajá, sudoeste goiano

Fazendeiro pagará multa de R$135 mil | 21.09.11 - 14:05
Lis Lemos
Fotos: SRTE/GO
 
A Superintendência Regional do Trabalho em Goiás e o Ministério Público do Trabalho resgataram 19 trabalhadores, em duas carvoarias, em condições de trabalho análoga à de escravo. O resgate ocorreu no município de Itajá, região sudoeste do Estado, distante 410 quilômetros da capital. A fazenda Ribeirão Grande é de propriedade de um paulista, que teria alugado parte para um carvoeiro conhecido como João Batista. A fazenda tem mais de sete mil hectares e cerca de 10 mil cabeças de gado. 
 
João Batista possui dois empregados que foram identificados como os aliciadores. Eles teriam levado os 19 trabalhadores para as carvoarias. O auditor fiscal e chefe da operação, Renato Mendes, afirma que os dois homens também eram vítimas, já que recebiam o mesmo que os outros trabalhadores. 
 
Os trabalhadores vieram da cidade de Bom Despacho, em Minas Gerais. Segundo Mendes, "em 90% dos casos, os trabalhadores aliciados são mineiros". Os homens estavam alojados em barracas de lona, e dormiam em camas improvisadas, com colchões velhos e sem roupa de cama. O local não tinha instalação sanitária e nem chuveiro. A água era retirada de uma nascente perto do alojamento. 
 
Com uma jornada que variava de 10h a 14h, os trabalhadores não usavam equipamentos adequados para o trabalho, sendo que muitos trabalhavam de chinelo e bermuda. O ideal é que trabalhadores de carvoarias usem calça, botinas, perneiras, chapéu e óculos, além de proteção  respiratória. Segundo Mendes, os homens reclamaram de dores nas costas, devido ao excesso de peso que carregavam, além das mãos machucadas e calejadas. No entanto, o auditor alerta que os danos à saúde devem ser maiores, já que eles aspiravam a fuligem das carvoarias. 
 
Operação
Três auditores fiscais, uma procuradora do Ministério Público do Trabalho de Rio Verde e três policiais do Batalhão de Polícia Ambiental de Jataí estiveram envolvidos na operação, que começou no dia 12 de setembro. Mendes conta que a fiscalização chegou ao local por meio de denúncia feita por um trabalhador que percebeu as condições precárias em que os homens estavam. 
 
Os auditores fiscais realizaram 30 autos de infração. Além de João Batista, o fazendeiro paulista poderá responder ao processo criminal por submeter trabalhadores a trabalho análogo ao de escravo. O proprietário da carvoaria teve que pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores resgatados, no valor de R$ 135.000. Todos os trabalhadores serão reconduzidos a Minas Gerais. 
 
Além disso, no fim do processo judicial, o dono da fazenda pode ter seu nome incluído em uma lista do Ministério da Justiça, que contém  a lista de empresas e fazendas autuadas por trabalho análogo ao escravo, conhecida como lista suja.
 

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