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Cotas universitárias

Reitor da UFG vê perda de autonomia com porcentual imposto

Projeto de lei propõe reserva de vagas de 50% | 25.08.12 - 17:47 Reitor da UFG vê perda de autonomia com porcentual imposto Edward Madureira defende o sistema de cotas, mas se preocupa com capacidade de absorção da universidade (foto: Carlos Siqueira/Ascom UFG)

Nádia Junqueira

No Senado, somente um parlamentar foi contrário ao projeto nº 180/2008 que reserva 50% das vagas das universidades federais para alunos oriundos de escolas públicas, votado no último dia 7. Aloysio Nunes, do PSDB de São Paulo, argumentou que a lei funcionaria como uma “camisa de força” e fere a autonomia de gestão da universidade. O reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira, defende a política de cotas, mas também acredita que a determinação da porcentagem de reserva de vagas fere a autonomia da instituição. 
 
De acordo com texto aprovado, do total das cotas, 25% das vagas será reservada a índios, negros e pardos, subdivididas segundo a proporção dessas etnias em cada Estado, de acordo com Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os outros 25% serão disputadas entre estudantes que cursaram os últimos cinco anos em escolas públicas e que comprovem que a renda familiar total, dividida por cada integrante da família, não ultrapasse um salário mínimo e meio (R$ 933). A UFG oferece, atualmente, 20% de suas vagas para cotas sociais, sendo 10% raciais (para estudantes negros, pardos e índios) e 10% para aqueles que passaram seus últimos cinco anos em escola pública.

“Esses 20% que a universidade adota não foram colocados por acaso, foi feito um estudo e a experiência passa por período de análise atualmente, que engloba desempenho dos estudantes, evasão, financiamento desses estudantes”, explica o reitor Edward. Esse é o 4º ano que a UFG oferece cotas e, para Edward, são necessários mais dois anos para avaliar a experiência com segurança.
 
“Quando se determina 50% da reserva de vagas não se leva em conta a situação de cada universidade. A preocupação é justamente essa: de se aumentar as vagas sem a devida análise”, alerta Edward. O reitor da UFG, no entanto, defende a política de cotas, pois entende ser uma ferramenta que garante o acesso à universidade (principalmente aos cursos mais concorridos) para aqueles que não teriam oportunidade se não fosse por essa política.

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