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Lar dos Animais

Com 250 cães e gatos, abrigo pede socorro para se manter na Grande Goiânia

Saiba como ajudar | 02.08.19 - 16:17 Com 250 cães e gatos, abrigo pede socorro para se manter na Grande Goiânia (Foto: Renato Conde/jornal A Redação)
 
Mônica Parreira
 
Goiânia - Caminho sem volta. É assim que a vendedora Mônica Aquino define sua árdua rotina como protetora de animais. Atualmente, ela zela de 250 pets, sendo 161 cachorros e 89 gatos. Uma história que começou em 2016 e tomou proporções tão grandes quanto caras. Mantendo dois abrigos apenas com doações, Mônica acumula uma dívida que supera a marca dos R$ 40 mil – e pede ajuda. 


(Foto: Renato Conde/jornal A Redação)
 
Seu envolvimento com animais começou durante umas férias na casa dos pais, em Barra do Garças. Na ocasião a família decidiu adotar uma cadela, a Pandora. “Me apeguei tanto a ela que comecei a enxergar melhor a realidade dos animais, especialmente os de rua”, lembra. No retorno para Goiânia, a vendedora começou a alimentar bichinhos abandonados. Não demorou muito até abrigar alguns. Mudou-se de um apartamento para uma casa, onde o número foi só aumentando. 
 
 
Rede do bem
Em 2017, quando a tutora já tinha 100 pets, criou contas nas redes sociais para mostrar o trabalho e pedir contribuição. A princípio, o “Lar dos Animais” encontrou gente disposta a ajudar. Mas o ambiente virtual se transformou em uma rede captadora de mais animais. “Comecei a receber mais pedidos de resgate do que doação. Algumas pessoas são muito cruéis, elas querem que a gente resgate, se comprometem em ajudar, mas somem”, desabafa.
 
O principal foco da protetora é ajudar animais com sinais de maus-tratos. Cego dos dois olhos, o Vovô (foto superior), por exemplo, é um cachorro resgatado há cerca de um mês e que depende das doações para sobreviver. Já Ritinha (foto inferior) foi deixada na porta do abrigo no último dia 18. A cadela estava machucada, com quadro de desidratação e anemia.

Nesses casos, relata Mônica, há despesas com internação, exames e medicamentos. As campanhas são realizadas de forma isolada, pela internet. 
 
Em meio a tantos problemas, o Lar dos Animais ainda encontra outras formas de ajudar. As redes sociais também são utilizadas para divulgar fotos de pets perdidos, com o contato de seus respectivos donos. Uma verdadeira corrente do bem. 
 
Dívidas e mobilização 
Atualmente o perfil no Instagram possui 12,2 mil seguidores. Pelos cálculos de Mônica, se cada um doasse R$ 2 mensais, seria o bastante para manter os abrigos. “Nosso custo mensal hoje gira em torno de R$ 20 mil. Fora os aluguéis, temos três funcionários e despesa com alimento e medicação”, explica ao relatar que há dias em que os animais passam fome, por falta de ração. 
 
“Arrecadamos cerca de R$ 4,3 mil por mês, então o déficit é muito grande”, completa Mônica, que já vendeu seu próprio carro para ajudar nas despesas. Além disso, o salário que recebe como vendedora não é suficiente para cobrir os custos. Só de cartão de crédito e cheque especial, ela deve R$ 18 e R$ 24 mil, respectivamente. O débito foi contraído na tentativa de suprir as necessidades mais imediatas dos abrigos ou pagar clínicas, onde os pets resgatados machucados recebem tratamento. 
 
Outro problema está relacionado aos locais onde os pets estão. Mônica comenta que já recebeu ordem de despejo da casa alugada no Setor Santa Genoveva, na capital. Então, alugou uma chácara em Aparecida de Goiânia, que carece de estrutura, como canis e área coberta. “Recebemos doação de material de construção e até mão de obra especializada. Qualquer ajuda é bem-vinda.” Num plano de longo prazo, a ideia é levantar fundos para adquirir a propriedade, para que o Lar dos Animais tenha sede permanente. 


(Foto: Renato Conde/jornal A Redação)
 
Um caminho para manter o abrigo sustentável seria a rotatividade dos animais. Para isso, a protetora diz participar de algumas feiras de adoção. Mas queixa-se de que a maioria das pessoas procuram pets de raça, deixando os chamados vira-latas em segundo plano. Idosos ou deficientes, então, são os que menos têm chance de encontrar um lar – como é o caso do Vovô. 
 
Mônica se organiza para participar de outra feira de adoção, prevista para o dia 31 de agosto. Uma corrida contra o tempo para adequar às normas exigidas. “O que dificulta a participação em feiras também é o custo. Os animais precisam estar castrados, vermifugados e vacinados. Nem sempre a gente consegue cobrir os gastos.” 
 
Apesar de todas as dificuldades relatadas, questionada se pensa em abrir mão do Lar dos Animais, a resposta de Mônica foi enfática: “Como desiste com tanto animal dependendo de você? Sabe caminho sem volta? É como ter um filho, uma mãe não abandona seu filho. Eu só tenho que seguir em frente, não posso parar. E, no nessa caminhada, contar com a ajuda de outras pessoas”.
 
Os interessados em contribuir ou adotar animais podem entrar em contato com o Lar dos Animais através do Instagram ou Facebook. Para mais informações, o WhatsApp é 62 99127-4946.  

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