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Semana Mundial de Alergia

Crianças brasileiras com dermatite atópica já somam mais de 7%

Confira os cuidados que devem ser seguidos | 21.04.18 - 15:38
A Redação

Goiânia -
Doença de pele inflamatória crônica mais comum, a dermatite atópica será o centro dos debates durante a Semana Mundial de Alergia – entre os dias 22 e 28 de abril. O tema de 2018, escolhido pela Organização Mundial de Alergia (WAO), reverbera em diversos países para conscientizar a população sobre um problema que atinge todas as idades, mas que se inicia normalmente na infância, em crianças menores de 5 anos.
 
“O estudo ISAAC (International Study of Asthma and Allergy Diseases in Childhood) demonstrou, no Brasil, uma prevalência média para a dermatite atópica de 7,3% na faixa etária de 6 a 7 anos, e de 5,3% para adolescentes de 13 e 14 anos”, destaca a presidente da regional Goiás da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Lorena Paula Ribeiro. “Apesar de verificarmos uma melhora do quadro com o avanço da idade, a intervenção precoce é fundamental, pois ajuda a modificar o progresso da doença”, afirma.
 
De acordo com a presidente da regional goiana da Asbai, os sintomas da dermatite atópica incluem pele seca, que coça bastante, vermelhidão e muitas vezes formando feridas devido à essa coçadura intensa. “É muito comum nas dobrinhas de braços e pernas, bumbum e pescoço. Nas crianças menores, pode aparecer também nas bochechas e tronco”, explica. “Como normalmente a coceira é muito intensa, a criança fica agitada, irritada e pode até perder o sono”.
 
Semana Mundial de Alergia
Durante a Semana Mundial de Alergia, serão discutidos temas como diagnóstico, opções de tratamento - incluindo novas terapias -, relação entre a dermatite atópica e a alergia alimentar, além da importância dos cuidados com a pele. “Nossa intenção é disseminar informação segura para o público em geral, focando no paciente, mas também lembrando dos impactos econômicos e sociais que a doença pode provocar, já que ela altera a qualidade de vida da população”, ressalta Lorena Ribeiro. 
 
Segundo a especialista, as doenças alérgicas têm causas genéticas. Pais alérgicos têm grande chance de terem filhos alérgicos. Se ambos o são, a probabilidade chega a ser de 80%. “É também sabido que os extremos de temperaturas, seja muito frio ou muito quente, também pioram o quadro da dermatite atópica. No nosso caso, em Goiânia, é importante que os pais redobrem os cuidados com os filhos nos meses mais quentes e secos do ano”.
 
Em relação ao tratamento, a dica primordial é o cuidado diário com a pele. “Hidratação, antibióticos quando há sinais de infecção associada, controle do prurido, manutenção do pH ácido da pele, evitar ou reduzir o contato com substâncias que agravam a doença são algumas das medidas que podem ser adotadas”, exemplifica a presidente da Asbai.
 
Entre os dias 22 e 29 de abril será realizada também a Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias (IDPs), cujo tema central deste ano é “Meu Futuro Começa com Investigação e Diagnóstico Precoces das IDPs”.
 
As imunodeficiências primárias ocorrem em pessoas nascidas com o sistema imunológico deficiente em algum setor e manifestam-se por meio de infecções comuns como otites, pneumonia, sinusites, entre outras. São mais de 300 doenças diferentes e, por isso, a prevalência varia muito. De acordo com a presidente da Asbai-GO, Lorena Paula Ribeiro, entre 70% e 90% dos pacientes ainda não estão diagnosticados.
 
Dermatite atópica
Dermatite atópica é uma doença que se manifesta com lesões na pele, que coçam e incomodam bastante. É acompanhada de um processo inflamatório na pele, que evolui por um longo período. O prurido crônico e persistente é a característica clínica dominante da doença. Trata-se de uma doença de cunho hereditário, que faz com que a pessoa nasça com uma pele mais sensível, muito ressecada, que coça bastante, sendo suscetível a infecções. As lesões são recorrentes, variando de formas leves até casos graves, com lesões extensas e disseminadas. Pode evoluir com períodos alternados de piora e melhora.
 
A “pele atópica” tem menor produção de gorduras naturais. Por isso, é mais seca, áspera e coça com facilidade, sendo mais suscetível à infecção por bactérias e fungos. Apesar do aspecto, não é uma doença contagiosa. Associa-se com frequência com rinite e asma, conhecidas como “doenças atópicas”.
 
Confira os cuidados que devem ser seguidos por quem tem dermatite atópica:
- Hidratar bem a pele;
- Evitar banhos quentes;
- Os banhos devem ser rápidos e o sabonete deve ser usado apenas em uma ocasião;
- Optar por sabonetes líquidos;
- Evitar tecidos sintéticos, lycra ou jeans e roupas que acumulem suor, apertadas e de cor escura no verão. Preferir tecidos de algodão e malhas;
- Banhos de sol devem ser, de preferência, nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer. Ao sair da piscina ou praia, tirar a roupa molhada e tomar um banho rápido. Usar protetor solar sempre que se expuser ao sol;
- No caso do aparecimento de sintomas, procure um médico especialista em alergia e imunologia.
 
Esclarecendo dúvidas sobre as Imunodeficiências Primárias (IDPs):
 
- A criança que frequenta creche e fica muito resfriada tem baixa de imunidade?
Não. O sistema imunológico de crianças pequenas é imaturo e por isso são mais suscetíveis a infecções.
 
- Pessoas com alergia respiratória (asma e rinite) têm mais infecções?
Pessoas com rinite e asma costumam apresentar mais infecções respiratórias como otites, sinusites e pneumonias, principalmente se não estiverem sendo tratadas corretamente. Em geral, estes pacientes não apresentam problemas sérios de imunidade.
 
- Pessoas com dermatite atópica têm mais infecções?
Sim. Podem ter infecções de pele por bactérias ou por vírus (molusco contagioso e herpes).
 
- O uso de antibióticos baixa a imunidade?
Não. O uso frequente de antibióticos pode modificar a flora, ou seja, a população de germes que normalmente habita em nosso tubo digestivo, no trato respiratório ou na pele, produzindo diarreia, por exemplo, mas não compromete o funcionamento de nosso sistema imunológico.
 
As imunodeficiências primárias não são doenças frequentes, mas é muito importante que seja feito o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a imunodeficiência é diagnosticada, menores serão as consequências da doença e melhor será a qualidade de vida do paciente.
 
 

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