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Internacional

EUA adiam retirada de tropas da Síria

"Trabalho não acabou", diz embaixadora na ONU | 16.04.18 - 08:40
Washington - Declarações dadas neste domingo (15/4) por autoridades dos EUA e da França indicam que tropas americanas deverão permanecer na Síria além do prazo de seis meses sugerido pelo presidente Donald Trump para seu retorno. "Nosso trabalho na Síria não terminou", disse a embaixadora de Washington na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, em entrevista à Fox News.

Em Paris, o presidente Emmanuel Macron, disse ter "convencido" Trump a abandonar a ideia de retirar os soldados. "Eu asseguro, nós o convencemos de que é preciso permanecer por enquanto", declarou o líder francês à emissora BFMTV. À noite, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que os planos de Trump continuavam sendo de retirar as tropas "o quanto antes", sem precisar uma data.

No sábado os EUA, França e Inglaterra lançaram 105 mísseis contra três instalações de produção e armazenamento de armas químicas na Síria. Em entrevistas no dia seguinte, representantes do Pentágono afirmaram que o principal objetivo dos EUA na Síria era derrotar o Estado Islâmico.

No domingo, Haley ampliou o leque para incluir a proibição do uso de armas químicas e a contenção da presença do Irã na Síria. Ao lado de Moscou, Teerã é o maior aliado externo de Assad e participa da guerra civil com milícias e integrantes da Guarda Revolucionária iraniana.

A crescente presença do país xiita na Síria é vista com apreensão por Israel, principal parceiro dos EUA no Oriente Médio e contrário à saída de tropas americanas do país. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que um novo ataque do Ocidente à Síria levaria "caos" ao mundo.

Haley mencionou que o cumprimento de três metas é necessário antes da saída dos 2 mil militares americanos da Síria: garantir que as armas químicas não sejam usadas, que o Estado Islâmico seja derrotado e que iranianos não ampliem sua presença no terreno. "O Irã é uma ameaça aos interesses americanos", afirmou. "Nós não vamos voltar para casa até que saibamos que alcançamos esses objetivos."

Mas a embaixadora ressaltou que um novo ataque à Síria só ocorrerá se Assad voltar a usar armas químicas. Segundo ela, o bombardeiro provocou um "golpe" no programa de armas químicas de Assad. Trump causou controvérsia ao usar no sábado o termo "missão cumprida" para elogiar a operação. A expressão foi usada em intervenções militares contestadas, como a invasão do Iraque.

Ofensiva diplomática
Enquanto mantêm a presença militar, os EUA deverão intensificar os esforços na busca de uma saída diplomática para a crise síria e aumentar a pressão sobre a Rússia, com a imposição de novas sanções ao país. As penalidades serão anunciadas hoje e terão como alvo empresas russas relacionadas à produção de armas químicas por Assad.

Os EUA também estão interessados nas negociações de paz de Genebra e na busca de uma solução política para a Síria, afirmou Haley. Criado em 2015, o processo está paralisado em razão da decisão de Assad de não participar das conversas. O mecanismo prevê a transição de poder na Síria, com a convocação de eleições e aprovação de uma nova Constituição.

O problema é que grande parte da oposição síria foi dizimada na guerra civil e não está claro quem poderia ser uma alternativa a Assad. A ofensiva na Síria contraria a retórica adotada por Trump durante a campanha eleitoral, quando criticou as intervenções militares no Oriente Médio patrocinadas por George W. Bush.

Segundo ele, os EUA deveriam retirar tropas da região e focar em seus problemas domésticos. Mas o presidente também prometeu acabar com o Estado Islâmico e tem celebrado o recuo do grupo terrorista na Síria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado)

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