Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Na contramão do País

Safra 2018/19 de cana-de-açúcar em Goiás sinaliza cenário positivo

Estimativa brasileira é de queda | 09.04.18 - 16:27 Safra 2018/19 de cana-de-açúcar em Goiás sinaliza cenário positivo Ciclo 2018/19 deve totalizar moagem de 590,7 milhões de toneladas (Foto: Divulgação / Jalles Machado)
Lucas Cássio
 
Goiânia – A safra brasileira de cana-de-açúcar 2018/19 deve obter o menor volume em cinco anos. Os dados foram divulgados pela consultoria INTL FCStone. Segundo o levantamento, o ciclo 2018/19 deve totalizar moagem de 590,7 milhões de toneladas, o que representa queda de 1% em comparação com a safra 2017/18. Mesmo com os números negativos do País, a situação em Goiás deve seguir na contramão desse mercado.

Apenas o Grupo Jalles Machado, composto pelas unidades Jalles Machado e Unidade Otávio Lage, em Goianésia, estimam que a colheita seja de 4,65 milhões de toneladas.  “Estamos com essa previsão, mas com essas chuvas, eu espero que a produtividade seja maior do que o previsto”, disse o diretor-presidente do Grupo Jalles Machado, Otávio Lage de Siqueira Filho, em entrevista ao Jornal A Redação
 
A safra 2018/19 no Grupo Jalles Machado foi iniciada na última semana.  Segundo a empresa, 2,75 milhões de toneladas de cana-de-açúcar devem ser colhidos na Unidade Jalles Machado e 1,95 milhão de toneladas na Unidade Otávio Lage.

“Tomamos uma atitude lá atrás de cortar qualquer investimento, menos o investimento na matéria-prima, que é 100% própria”, disse Otávio Lage ao afirmar que um dos motivos da estabilidade da empresa está diretamente ligado à manutenção da cana-de-açúcar. “Todos os anos fazemos o replantio para o canavial não ficar velho. Quando você tem um canavial velho e vem uma seca como foi o que aconteceu em São Paulo, a produtividade é altamente afetada”, explicou.
 

“Espero que a produtividade seja maior do que o previsto”, diz Otávio Lage (Foto: Mônica Parreira / Jornal A Redação) 
 
“Esse ano em São Paulo a previsão é de uma produtividade menor porque não choveu. Lá, a queda vai acontecer por causa dessa renovação do canavial, que foi menor”, destacou Otávio Lage. 
 
Segundo o diretor-presidente do Grupo, a empresa investiu em tecnologia, irrigação e pesquisa para alcançar um canavial mais produtivo. Os investimentos e as condições climáticas favoráveis vão possibilitar uma produtividade agrícola média de aproximadamente 90 toneladas por hectare, que representa um crescimento de 8% em relação à safra anterior. “Temos tido o bom senso de estar sempre fazendo a aplicação dos corretivos e dos adubos na hora e na quantidade certa. A Jalles Machado prioriza sempre fazer corretamente e tecnicamente o que precisa ser feito para ter uma produtividade do canavial”, ressaltou. 
 
Açúcar x Etanol 
Com o preço do açúcar em alta no ano de 2016, o grupo investiu cerca de R$ 80 milhões na construção de uma fábrica de açúcar e de um Centro de Distribuição e Armazenamento na Unidade Otávio Lage, que foram inaugurados em outubro de 2017. “Imaginávamos que aquele preço que estava muito bom na época iria perdurar por mais uns dois anos. Fixamos os preços do açúcar, fizemos o investimento na fábrica e, quando começamos a produzir, o preço no mercado já estava caindo”, contou Otávio Lage.    
 
A queda no preço do açúcar se deve à forte produção do produto no mercado externo. Somente na Índia, a produção prevista na última safra foi de R$ 21 milhões de toneladas, porém o país está fechando a safra com 28 milhões de toneladas.  “Houve um acréscimo muito grande na produção. Isso está afetando o mercado mundial e fez com que os preços caíssem nas bolsas de Nova York”, explicou. 
 

Usina Jalles Machado (Foto: Divulgação / Jalles Machado)
 
A queda no preço do açúcar deve fazer com que a produção de etanol ganhe espaço nesta safra. “O preço e a rentabilidade estão melhores. Começamos a safra produzindo só etanol”, disse Otávio Lage, que reforçou que a produção de açúcar deve ocorrer no meio da safra, quando a cana conta com mais sacarose. “Mas a prioridade será a produção de etanol”, reforçou.
 
Crise no setor 
Segundo a consultoria especializada no setor sucroenergético RPA, cerca de 18% das 444 usinas em atividade no território nacional devem permanecer fechadas no início da safra 2018/19. A queda nos preços e problemas climáticos estão entre os maiores responsáveis pela crise no setor. Segundo o diretor-presidente do Grupo Jalles Machado, muitas empresas fizeram planos de moagem voltados para o açúcar e contratos de exportação, mas, devido à baixa nos preços, muitas empresas foram obrigadas a fazer a quebra de contrato.
 
“Muitas usinas estão em dificuldades. Tiveram dificuldade em conseguir crédito pra renovar os seus canaviais. Tiveram dificuldades com os compromissos de tratamento de soqueira, que deve ser bem feito. Algumas estão sendo vendidas, outras fechadas e algumas em recuperação judicial. A perspectiva para esse ano não é uma perspectiva boa em relação aos preços”, explicou Otávio Lage. 
 
 
 
 

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351