Kamylla Rodrigues
Goiânia - Em noite de festa no Palácio das Esmeraldas, a Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG) lançou, nesta segunda-feira (3/6), a 4º Turnê Nacional e o 2º álbum com as obras Suíte Sinfônica nº1 “ Paulista”, Roda de Amigos e Suíte Sinfônica nº2 “ Pernambucana”, do compositor brasileiro César Guerra-Peixe. A solenidade contou com as presenças do governador de Goiás, Marconi Perillo, da primeira-dama, Valéria Perillo, do diretor presidente do Jornal A Redação, João Unes, e do diretor da Organização Social Elysium Sociedade Cultural, que administra a orquestra, Wolney Unes, além de outras autoridades e músicos.
A cerimônia foi aberta com uma apresentação do violinista da Orquestra, Thierry de Lucas Neves, de 21 anos, que interpretou o primeiro e o último movimento da 1ª Sonata de Bach. Thierry é o primeiro músico goiano aprovado para a Manhattan School of Music, em Nova York, e iniciará curso intensivo de quatro anos no próximo semestre. "A Orquestra já virou um patrimônio goiano, sendo respeitada nacionalmente. Fico muito orgulhoso quando ouço alguém elogiando algo que é do nosso Estado. A gente pode e deve ser a melhor orquestra do País e é por isso que fazemos questão de investir em arte e cultura", afirmou o governador Marconi Perillo.
Violinista da Orquestra, Thierry de Lucas Neves (Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
O governador Marconi Perillo determinou também à direção da Orquestra Filarmônica de Goiás que amplie o projeto de popularização da música erudita em Goiás. Marconi pediu para que, no calendário do próximo ano, insiram apresentações para a população, “especialmente a mais pobre. Para a alma, para o espírito, para sua consciência de ouvir, assistir, conhecer o que vocês fazem”. “Popularizem ainda mais a música clássica. Vocês têm feito concertos no interior, na periferia. As pessoas gostam da boa música, mas não têm acesso. Mesmo as refratárias, as mais incultas, quando elas percebem a qualidade do que vocês fazem, elas começam a admirar, a curtir a boa música, a música erudita”, declarou Marconi.
De acordo com o regente titular e diretor artístico da OFG, o maestro britânico Neil Thomson, a orquestra está em sua melhor forma e continua a crescer com a turnê nacional. Durante discurso, ele anunciou novidades. "Quando Klaus Heymann, diretor administrativo da Naxos Records, ouviu este CD, imediatamente, decidiu lançar o terceiro álbum, que gravaremos em novembro deste ano. Além disso, a orquestra foi convidada pelo Ministério da Cultura a participar de um grande projeto de música orquestral brasileira. Já estamos negociando um contrato para dez CDs a serem gravados nos próximos cinco anos com todas as catorze sinfonias de Claudio Santoro, além de peças de Almeida Prado e Camargo Guarnieri. Essas ações irão difundir o nome da Orquestra Filarmônica do Estado de Goiás em escala mundial", comemorou.
O maestro ainda reforçou sua missão à frente da orquestra. "Quero fazer da OFG um modelo de como a orquestra deve ser neste século 21, com um estilo próprio de interpretação de repertório e de locais para concertos. Devemos ser ousados, modernos, criativos e artisticamente corajosos. Devemos ser uma orquestra que incorpore o espírito dos pioneiros que fundaram o Estado de Goiás", completou ao frisar o caráter democrático da música clássica. " Todos têm o direito de apreciar a beleza e o poder da música clássica. Duas semanas atrás, mais de duas mil pessoas vieram assistir o pianista Nelson Freire, sem pagar nada por isso".
(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
O superintendente executivo de cultura da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), José Eduardo, ressaltou que os lançamentos da turnê e do CD representam uma vitória para a música goiana, em especial a música de concerto. "Prova disso é que estamos na quarta temporada circulando pelo Brasil", completou José Eduardo, vislumbrando uma turnê internacional. E esse desafio de manter e melhorar o padrão da Orquestra está sendo abraçado pela Organização Social Elysium. "É uma grande responsabilidade. Mas acredito muito na capacidade de nossa equipe. Hoje, a Orquestra é um cartão de visitas para Goiás e nós vamos trabalhar para deixar esse cartão cada dia melhor", disse o diretor da OS, Wolney Unes.
CD
O 2º CD da Orquestra é ilustrado com as obras O Mamoeiro e São Paulo, de Tarsila do Amaral. Os direitos de uso foram cedidos à Orquestra pela sobrinha-neta da artista. O álbum foi gravado em novembro de 2016 no Palácio da Música Belkiss Spenzièri, do Centro Cultural Oscar Niemeyer, sob a coordenação do premiado produtor de gravação Ulrich Schneide, responsável pela produção musical de consagrados álbuns da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
Turnê Nacional
Entre os dias 6 e 9 de julho, a orquestra realiza sua IV Turnê Nacional consecutiva. Um concerto em Goiânia, nesta terça-feira (4/7), marca o início do tour pelas cidades do Rio de Janeiro, Campos do Jordão e São Paulo. Sob a regência do consagrado maestro britânico Neil Thomson, regente titular e diretor artístico da OFG, a apresentação traz o Concerto para piano nº 1, de Tchaikovsky, que será interpretado pelo aclamado pianista brasileiro Cristian Budu e, ainda, o Quarteto para piano de Brahms, adaptado por Schoenberg.
De Goiânia, a orquestra, o maestro e o solista seguem para São Paulo. No dia 7, a Filarmônica se apresenta em Campos do Jordão, no auditório Cláudio Santoro e no dia 8, na Sala São Paulo. No domingo (9), o concerto será no Rio de Janeiro, às 11h30, no tradicional Teatro Municipal.
Durante a turnê, o 2º álbum da OFG será distribuído gratuitamente ao público. Essa é a primeira iniciativa da Filarmônica de Goiás sob a gestão compartilhada do Governo de Goiás com a Elysium Sociedade Cultural, vencedora do chamamento público. O contrato de gestão compartilhada terá a duração de 48 meses. Durante esse período, a Elysium vai produzir, gerenciar, operacionalizar e executar as atividades artísticas, culturais e sociais da orquestra, propostas pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce).
A Orquestra
Desde a sua fundação em 1980, pelo maestro Braz de Pina Filho, a OFG veio se aprimorando. Em 2012, coordenada pela pianista Ana Elisa Santos Cardoso, a Filarmônica se tornou um dos mais importantes projetos de música sinfônica do país. Em 2014, a direção artística do maestro britânico Neil Thomson assume conferiu à Filarmônica um padrão internacional de excelência.
A Orquestra Filarmônica é um programa do Governo do Estado, vinculado à Seduce. A temporada anual de concertos inclui apresentações nos tradicionais teatros de Goiânia e do interior do Estado, bem como espaços alternativos como parques, escolas e universidades. Também são desenvolvidas iniciativas educacionais que visam apresentar a Música de Concerto a estudantes da rede pública e privada.
O Maestro
Neil Thomson nasceu em Londres, Inglaterra. Estudou violino e viola na Royal Academy of Music e regência no Royal College of Music. Foi o mais jovem maestro a ocupar o cargo de Regente Titular do Royal College of Music, sendo nomeado, em 1994, membro honorário da instituição pela excelência dos serviços prestados.
Sua carreira é internacional. Além de dirigir as principais orquestras do Reino Unido, Thomson tem atuado como regente convidado da Filarmônica de Tóquio, da Sinfônica do Estado de São Paulo, da Sinfônica de Israel, da Filarmônica de Kansai, da Orquestra Nacional Romena.
O Solista
Brasileiro de origem romena, o pianista Cristian Budu é considerado um dos expoentes de sua geração. Dotado de musicalidade genuína e de calorosa força de comunicação, desde muito jovem, Cristian alcançou os primeiros lugares em concursos nacionais, como o Nelson Freire e o Programa Prelúdio da TV Cultura. Participou de importantes festivais no Brasil, Suíça, Alemanha, Holanda e EUA. Atuou com o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, com a Orquestra Sinfônica de Lucerne, com a Orquestra Sinfônica de Jerusalém, entre outros.
(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
