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XI Encontro de Culturas

Na rota das cachoeiras

Confira dicas de passeios em São Jorge | 30.07.11 - 13:59 Na rota das cachoeiras Nessa cachoeira, Almécegas I, o turista pode fazer rapel. A dica é não chegar tarde para evitar entra na água muito gelada. (Foto: Nádia Junqueira)

Atualizada às 20h

Nádia Junqueira

Não são só as oficinas e shows do Encontro de Culturas que atraem os turistas para São Jorge agora em julho. A seca (época em que as águas estão baixas), o calor e a paisagem deslumbrante da Chapada do Veadeiros conduzem os visitantes para as diversas cachoeiras da região.

Tem para todos os gostos e estilos, mas é preciso ter conhecimento e saber de algumas dicas para que o passeio seja agradável e confortável. Durante o dia, as ruas empoeiradas da vila ficam vazias: a maioria dos visitantes acorda cedo para curtir as cachoeiras e tentam conhecer uma nova a cada dia.

A Redação dá dicas de rota de algumas cachoeiras próximas à região: 30 km no sentido de Alto Paraíso e 30 km para os rumos de Colinas do Sul. Mauro Alves foi guia da região por 11 anos e compartilha conosco experiências e conhecimento das trilhas e das águas.

Dicas preliminares
Antes de mais nada, vir para as cachoeiras da Chapada dos Veadeiros em julho é bem diferente de vir em dezembro, por exemplo. No período de outubro a março as chuvas tomam conta do cerrado e os rios ficam cheios. A paisagem é linda: tudo verdinho, cachoeiras cheias, mas muito perigoso. Há trombas d’água, facilidade em atolar o carro na estrada, escorregar nas trilhas e você sempre corre o risco de ter de sair correndo da cachoeira porque a chuva chegou.

Abril até setembro é a época seca. As águas estão mais baixas e podemos nadar com mais tranqüilidade, além do calor ser perene.  Por outro lado, a umidade é baixíssima e isso exige que você não se desgrude de uma garrafa d’água. Antes de pegar uma trilha, atenção nos pés, no corpo e na barriga. Lembra daquele tênis surrado, que você pensou em dispensar? É ele mesmo que você vai levar. Quanto mais laceado, melhor. Além disso, você vai sujar e desgastar bastante seus calçados.

As roupas têm de ser confortáveis e um protetor solar e chapéu são muito bemvindos. O sol é forte e, dependendo da trilha que escolher, você pode ficar sob ele por um bom tempo.

E, por fim, atenção na alimentação. Saco vazio não para em pé: então, um bom café da manhã com sucos, frutas e carboidratos vão te dar força para fazer a trilha. Levar frutas desidratadas (para não fazer meleca na mochila) e uma barra de cereal é uma boa idéia.

Caminho das águas
No sentido de Colinas do Sul, há uma das maiores atrações da Chapada: o Parque. O Rio Preto, o mais importante da região, é que banha as atrações. De um lado, temos a trilha dos saltos, boa para quem gosta de se surpreender e admirar paisagens. Nessa trilha você pode ver uma cachoeira de 80 metros e um salto de 120. A caminho da parte mais alta do rio, há os Canyons 1 e 2 e a cachoeira Cariocas, para quem quiser dar um bom mergulho. Nesse período o Canyon 1 está interditado por conta da reprodução do pato mergulhão.

Esse passeio não pode ser feito sem um guia e a dica é: esteja descansado e bem preparado, porque a trilha é difícil. “As pessoas entram sorrindo e saem chorando. Já vi princesas e príncipes saírem bruxas e bruxos”, conta Mauro dando risadas. A ida é descida, a volta subida. Por isso, não gaste todas suas energias nadando, você vai precisar delas para voltar.

Na Bacia do Rio São Miguel estão as cachoeiras mais conhecidas de São Jorge: Vale da Lua, Raizama, Vale das Pedras e Rio da Lua. O primeiro é um passeio razoável: 1,2 km para ir e voltar. O segundo exige que o turista ande 2,4km e o terceiro 2 km. O Rio da Lua é uma rota para quem não quer fazer muito esforço, comer algo gostoso e tomar uma bebida. Há uma estrutura de lazer e gastronomia para quem tiver afim de gastar um pouquinho. Por fim, na mesma bacia ainda há a Cachoeira do Lageado. Ou “lá gelado”. Apesar de fria, você anda pouco, apenas 400 metros.

Pegando por outro caminho temos a Morada do Sol e o Encontro das Águas. Bons passeios também para quem não quer andar demais: 2km de caminhada no primeiro e 1km no segundo. Depois de um banho de rio no Encontro das águas, a dica é passar no restaurante ao lado que serve comida caipira e produtos da horta. Mas atenção: não se esqueça de levar repelente. E se tiver alergia a mosquitos, redobre cuidados. É comum turistas ficarem bem marcados e doloridos com as picadas. Por ali há também as águas termais no Édem e na Fazenda Morro Vermelho, com temperatura entre 31º e 34º. Madrugada, noite, logo pela manhã: qualquer hora o turista pode chegar para aproveitar a água quente.

O Rio dos Couros é o que banha a Cachoeira de São Bento. Na região há o Portal da Chapada, maior empreendimento turístico da região que pode receber até 500 turistas. Próximo dali, há o Rio Almécegas que forma as cachoeiras Almécegas 1 e 2. A primeira exige um pouco de preparo para seguir a trilha, mas a beleza vale à pena. Não demore a chegar por lá porque o sol logo deixa de bater no poço e a água fica geladíssima. Fácil de chegar, com muitas pedras largas, poço e quedas, a Almécegas 2 é uma boa pedida para passar o dia. Tranquilamente você pode conhecer Almécegas 1, 2 e Cachoeira de São Bento em um dia.

Aventura
Para quem não se satisfaz com trilhas difíceis, banhos de cachoeira e água gelada, há atividades aventureiras. No Portal da Chapada você pode fazer uma tirolesa de 850 metros, ficar 1,25 segundos no ar e fazer arborismo. E é na Cachoeira Almécegas 1 que você pode fazer rapel. Essas são opções do que Mauro chama de “aventura segura”. Por isso, se você gosta de pular de cachoeiras, um recado. “Recomendamos nunca pular. Ninguém garante um salto”, diz Mauro, que já viu muitos acidentes.

O guia lamenta, ainda, o Parque e as atrações não serem acessíveis a todos. “Famílias com crianças, pessoas mais velhas, obesas e deficientes físicos ficam de fora desse passeio”. Apesar de atrações como Encontro das Águas, Vale das Pedras, Morada do Sol e, em Alto Paraíso, Loquinhas e Cachoeira dos Cristais serem mais acessíveis, a Chapada ainda leva o estigma de ser um lugar um lugar difícil de ir. Ele conta que já há um projeto de acessibilidade para o Parque.”Por ser um lugar público, é necessário fazer adaptações para que todos possam aproveitar”, defende.


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  • 14.01.2012 12:35 stamiazi@gmail.com

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