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A primeira apresentação da nova Orquestra Filarmônica de Goiás, na noite desta sexta-feira (20/4), emocionou a plateia que lotou o Teatro Escola Basileu França. O regente e diretor artístico Eliseu Ferreira dividiu o palco com o regente titular da Filarmônica, Alessandro Borgomanero, que brilhou em solos de violino.
A primeira peça apresentada, Música para Orquestra de Câmara, de E. Marquez Cunha, evidenciou a técnica musical da orquestra. A partitura, nada melódica, mas que exige total atenção na contagem do tempo musical, relembra trilhas sonoras de filmes de suspense. Entre curtos sopros de flauta e longas notas de fagote, a peça mostra que a música clássica tem tudo a ver com o cinema.
Em seguida, Eliseu apresentou a Sinfonietta n. 1 de Villa-Lobos que, mesmo pouco conhecida do grande público, não deixa de ser uma verdadeira obra prima do autor. Dividida em três partes, Allegro giusto, Andante non troppo e Andantino, a peça se divide entre momentos calmos e tensos. A partitura representa a complexidade de um dos maiores compositores da música erudita brasileira, entre as notas rápidas dos violinos.
Depois do intervalo, foi a vez de Borgomanero solar Tchaikovsky, em Serenade Melancolique, op. 26 para violino e orquestra. A melodia desta música representa a melancolia que Tchaikovsky tantas vezes consegue expressar em suas composições. Em escalas ascendentes e descendentes, com jogos de respostas entre violino e flauta, Serenade Melancolique não é a música mais conhecida de Tchaikovsky, mas é, sem dúvida, uma das mais belas composições da música.
O Adágio op. 129, para violino e orquestra, de Shostakovich, também solada no violino pelo maestro Borgomanero, é um verdadeiro desafio até para os ouvidos mais treinados. A sensação de uma melodia desafinada e destoante é, afinal, uma das grandes obras do compositor russo.
Os duos de cordas de Desafio III, de Marlos Nobre, fecharam as apresentações oficiais da noite. As notas superagudas desta peça exigem afinação precisa do violino solo. Mais uma vez, a Filarmônica de Goiás demonstrou técnica, competência e beleza na execução de todo o concerto.
Antes de partir, Borgomanero voltou e apresentou sozinho uma peça de Bach e a Orquestra homenageou o gestor do Centro Cultural Oscar Niemeyer, Nasr Chaul, com um arranjo instrumental de “Saudade Brejeira”, canção cuja letra ele assina. (Assista ao vídeo)