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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Se Adriano quiser jogar bola, ninguém para o cara

Ídolo de 2009 não é o jogador problema de 2011 | 13.03.12 - 15:57

 

Acompanhei o Campeonato Brasileiro de 2009 com muita atenção. Se já me atento ao futebol de forma desproporcional à média, imagine quando digo que gastei muita atenção com o assunto. Eu era praticamente monotemático. Só falava dos lances, dos jogos, sabia a tabela de memória e fazia projeções de resultados e probabilidade de campeões. Essa dedicação especial se deu por conta da campanha que o Flamengo desenvolveu naquele ano, culminando com o título nacional.

Já falei mil vezes, mas nunca é demais repetir. Meu coração é verde. Sou esmeraldino. Mas tenho uma inegável simpatia pelo Flamengo. Não diria que é um segundo time, pois não sei se isso é possível. Meu time é o Goiás, mas gosto do Flamengo. E o ano de 2009 foi especial, pois desde 1992 eu não via o rubronegro carioca se sagrar campeão brasileiro. E, naquela ano, Adriano simplesmente comeu a bola. Além de levantar a taça, o cara ainda foi o artilheiro da competição. Ou seja, ele destruiu.

Convenhamos, quando o Adriano quer jogar, é difícil parar o cara. Ele é uma máquina. Se dominar a bola dentro da área, mesmo que de costas para o gol, é difícil ele não meter a bola na rede. Com o físico privilegiado, ele certamente conseguirá girar e finalizar com violência, usando sua potente perna esquerda para fuzilar o goleiro adversário. Além disso, no jogo aéreo, é complicadíssimo barrar o Imperador. Poucos zagueiros no mundo têm porte para subir junto do centroavante e impedir sua certeira cabeçada. Dentro das quatro linhas, Adriano é daqueles jogadores que compõem o time titular de qualquer equipe do mundo.

O problema de Adriano, pelo que dizem por aí, é outro. Fora do gramado, ao que tudo aparenta, falta um suporte emocional para o jogador. São inúmeras as polêmicas que o atacante se envolveu ao longo de sua carreira. Mais do que os dedos das duas mãos. É tiro que atinge garota dentro de seu carro, baile funk em morros cariocas, corte da Seleção que disputaria a Copa, denúncia de agressão contra a namorada... Enfim, uma nada celebrável ficha corrida, que envergonharia qualquer cidadão. Imagine uma pessoa pública...

A torcida do Flamengo agora faz campanha pelo retorno de Adriano à Gávea. Normal. Torcedor não é racional, é movido pela paixão às cores do clube do coração. Contudo, não sei se o Adriano realmente quer jogar bola novamente. Ou até mesmo tem saúde para isso. Nesses 11 meses de Corinthians, foram apenas oito jogos, dois gols e somente um tempo de 45 minutos completos. É muito pouco. E a grana paga para esse rendimento, ao contrário, não foi pouca.

O respeito e carinho pelo Adriano ídolo de 2009 estão falando mais alto que a razão e o Adriano dúvida de 2011 parece perto do Flamengo. A probabilidade maior é que, depois de acertada, a contratação se revele um grande fiasco. E que Adriano não se iluda: os mesmos que agora estão intimando a diretoria para contratá-lo, serão os primeiros a lhe presentear com uma sonora vaia quando as coisas não derem certo.

Tomara que eu esteja errado, mas esse deve ser o triste fim de carreira de um excelente jogador. Sair de campo cabisbaixo, vestindo a camisa de seu time do coração e vaiado pela torcida que um dia o amou. Uma pena.


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