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Pablo Kossa
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Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Que a era Ricardo Teixeira seja sepultada para sempre

Ex-presidente da CBF não deixa saudades | 12.03.12 - 16:37

 

Foi anunciada na manhã de hoje algo que eu não esperava ver tão cedo: o ex-todo poderoso Ricardo Teixeira renunciou ao comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E não foi só isso. De lambuja, anunciou também que está fora do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. É muita boa notícia para uma segunda-feira. O santo até desconfia. E como sou dessa escola, de perfil mais recalcado com esse tipo de notícia, já estou esperando o anúncio de pegadinha e que o Teixeirão apareça sorridente com a placa “Trouxas” circulando por aí. Se isso rolar, não será uma surpresa.

Teixeira é um cara esperto. E bota esperto nisso. Ele negociou muito bem sua saída, estou certo disso. É a velha lógica do perder os anéis para preservar os dedos. A pressão em cima dele estava incômoda demais. Matérias e mais matérias publicadas em grandes veículos de comunicação mostravam que a moralidade era simplesmente ignorada em vários negócios empreendidos por Teixeira à frente da CBF. Enriquecimento não explicado era coisa mais que rotineira dentro do órgão máximo do futebol brasileiro.

A saída de Teixeira é uma vitória inconteste de Dilma nessa queda de braço que envolve a Copa do Mundo de 2014. Enquanto Lula tratava carinhosamente o ex-presidente da CBF, Dilma já não se sentia confortável ao seu lado. Deu todos os sinais de que ele era persona non grata no Planalto. Teixeira tentou negociar, se esforçou para achar o meio termo. Mas não conseguiu. Dilma o cercou de todas as formas e a renúncia se tornou a única alternativa possível no horizonte do ex-presidente da CBF. Depois de 23 anos no poder (observe que a ditadura militar no Brasil durou 21 anos, só para dar uma ideia), Teixeira agora vai gerir sua gorda conta bancária e, aparentemente, vê o sonho da presidência da Fifa se tornar improvável.

Com a renúncia de Teixeira nos dois cargos, podemos esperar uma Copa do Mundo um pouco mais preocupada com a probidade. Dilma mostrou que não aceitará a Copa a qualquer custo e que, se for preciso, cabeças rolarão para que a coisa aconteça do jeito que a presidenta deseja. Ponto para ela. Sobre o futebol brasileiro e a CBF, a coisa é mais complexa. Os problemas estruturais que envolvem o esporte que é paixão nacional são profundos. A desorganização administrativa dos clubes os impede de ocupar o lugar de protagonistas do futebol brasileiro. Enquanto não se organizarem internamente, não serão capazes de tomar as rédeas do negócio. E, cá entre nós, quem assume a CBF, José Maria Marin, não fará esforço algum para isso. Esse senhor de 79 anos foi governador de São Paulo indicado pelos militares, ex-presidente da Federação Paulista de Futebol e ficou notório por embolsar uma medalha da Copa São Paulo de Juniores. Ou seja, a expectativa moralizadora não é das maiores.

Mas não sejamos tão derrotistas. Que os ventos que levaram Teixeira soprem com mais força na CBF e arejem a cabeça de quem fica por lá. Não é provável, mas a esperança é a última que morre. E ninguém tinha a esperança de ver Teixeira fora da presidência. Aconteceu. Quem sabe não é a hora da mudança que esperamos na gestão do futebol brasileiro.


Comentários

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  • 13.03.2012 01:48 Rivalino

    Pablo, que realmente não seja brincadeira ou pegadinha. E essa saída dele parece que há uma luz no fim do túnel que o futebol brasileiro ou diretamente a seleção brasileira voltará a ter a cara e o corpo de um futebol apaixonante como sempre foi. Pena que temos a certeza que pouco ou nada mudará. O bom que todos nós podemos comemorar um gol.

  • 13.03.2012 06:15 Flávia Cristina

    Pablo, acertada suas colocações, e acredito q as mudanças são assim mesmo, mas a copa ainda é uma dúvida, será q vai dar tempo?

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