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Declieux Crispim
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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

CINE QUA NON

O Importante é Amar

| 26.06.17 - 13:58 O Importante é Amar (Foto: divulgação)
Cantando na Chuva. A Noviça Rebelde. Agora Seremos Felizes. Os Sapatinhos Vermelhos. No mesmo panteão destas obras-primas legadas pelo cinema, é possível inserir Duas Garotas Românticas (1967), o ápice da maturidade artística de Jacques Demy, figura emblemática do cinema francês. A câmera transita por Rochefort, uma pequena cidade no sudoeste da França, em um estonteante plano-sequência capturando a movimentação na praça cidade no início da película até adentrar ao salão para apresentar as jovens e belas irmãs gêmeas Delphine Garnier (Catherine Deneuve) e Solange Garnier (Françoise Dorléac) embaladas por uma canção inesquecível. A primeira é professora de dança, enquanto a segunda ministra aulas de piano. 
 
Durante uma feira de fim de semana, um turbilhão de sentimentos se aflora em meio a diversos personagens que passeiam pela trama, desde um marinheiro à procura da mulher de seus sonhos materializada em uma imagem de um quadro, passando por uma senhora de um agradável bar à beira-mar que almeja reencontrar o homem de sua vida e até mesmo a belíssima cena inesperada que apresenta Andy (Gene Kelly) à Solange, promovendo um elo indissolúvel e evocando a memória dos célebres musicais de modo a propagar uma sinergia que contagia todos a dançar e festejar a vida. 
 
A cada plano composto, meticulosamente, por Ghislain Cloquet, grande diretor de fotografia, irrompe o lirismo encantador com cores vibrantes imerso nas maravilhosas paisagens de Rochefort. O nascimento do amor e seus sentimentos fervilhantes movidos por encontros e desencontros são o mote da suntuosa obra de Jacques Demy, ao passo que a magia do cinema surge com as coreografias e as lindíssimas canções que permeiam toda a projeção. A vida como uma grande festa em que o importante é amar, deslumbrar-se diante da busca incansável pelo amor verdadeiro, um clamor ardente pela força motriz que move os personagens.
 
O sonho do encontro do amor nunca desfeito, mas entoado aos quatro cantos como chamas que não se apagam, mas um desejo que parece que será alcançado a todo instante pelos personagens. Uma epopeia aos sentimentos mais puros e humanos entrelaçada por um roteiro magistral que caminha para um desfecho em que os pontos serão interligados e a melancolia inerente aos casos amorosos é acompanhada de uma leveza impressionante. É impossível não sair flutuando após a sessão e acreditar que, no fundo, o importante é amar.
 

Comentários

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  • 26.06.2017 14:16 Flávia Bosso

    Que texto belo! Adorei, excelente como sempre, prende a atenção, eu não assisti, eu vou assistir, meu próximo filme para assistir, imagino as cenas. Parabéns, Declieux Crispim!

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