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Rodrigo  Hirose
Rodrigo Hirose

Jornalista com especialização em Comunicação e Multimídia / rodrigohirose@gmail.com

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Mentira tem perna longa

| 01.06.16 - 15:59

Você sabia que o ator Alexandre Frota foi namorado do deputado Marcos Feliciano por dois anos? E que o juiz Sérgio Moro é professor fantasma da Universidade Federal do Paraná e recebe sem dar aulas? Já foi alertado, também, de que a vacina contra a H1N1 é, na verdade, letal e não imunizante? E ouviu que a atriz Angelina Jolie sofre de anorexia, perdeu 35 quilos e está à beira da morte?
 
Notícias assim surgem a todo o tempo na timeline e todas têm uma coisa em comum: não passam de mentira. Os exemplos acima foram compilados do site boatos.org, que se dedica a desvendar informações falsas que circulam pela internet.
 
Além de muita gente acreditar nelas, poucas pessoas se preocupam em desmenti-las depois, mesmo quando ficam sabendo que caíram em uma pegadinha ou espalharam um boato – hoax, em internetês.
 
Isso é o que confirma um estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e publicado pelo American Press Institute, no EUA, e pela Folha de S. Paulo, no Brasil. O levantamento analisou 100 mil postagens no Twitter e constatou que uma mentira tem três vezes mais chances de se propagar que o seu desmentido.
 
O resultado comprova cientificamente o que já era possível observar empiricamente. O efeito devastador da boataria é matéria-prima de profissionais da destruição de imagem, que contam com a ingenuidade, ou falta de capacidade crítica, do internauta, especialmente dos usuários das redes sociais, para viralizar teses propositalmente maldosas.
 
Essa arma rasteira foi usada intensamente durante a última campanha presidencial e ganhou ainda mais musculatura em meio ao processo do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ambos os lados da disputa lançaram mão da estratégia e, em maior ou menor grau, obtiveram resultados. Personagens controversos e antagônicos, como os deputados Jair Bolsonaro e Maria do Rosário são figurinhas carimbadas (e nem um pouco inocentes) dessas falsas notícias.
 
Outro levantamento confirma o potencial de influência dos hoax. Às vésperas da votação que permitiu a abertura do processo de julgamento da presidenta no Senado, segundo o Grupo de Pesquisas em Política Públicas e Acesso à Informação da Universidade de São Paulo, três das cinco postagens mais compartilhadas no Facebook eram falsas.
 
Blogs que têm como único objetivo atacar a índole alheia se deliciam nesse terreno pantanoso e até mesmo a imprensa, que deveria atuar como um filtro, ou poder “moderador”, tem caído constantemente nessa teia. Recentemente, muitos veículos “sérios” divulgaram a falsa notícia de que o governo federal planejava um confisco à poupança – o que obrigou que o próprio governo desmentisse rapidamente a história. É o tipo de situação que assusta a população e gera desperdício de dinheiro público.
 
Na internet, a mentira tem pernas longas. A única forma de defesa é ter mais cuidado, procurar sempre outras fontes, confrontar informações, enfim, desconfiar sempre.
 
Contra esse vírus, não há vacina imunizante. Mas sempre contar até dez antes de compartilhar alguma informação aparentemente bombástica pode diminuir bastante a chance de espalhar a contaminação.
 

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