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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Paranoia no prato de comida

Comer com estresse é a pior coisa do mundo | 21.11.14 - 11:56

“Esse prato tem glúten?”. “Quantas calorias têm no total?”. “O suco é natural?”. “Açúcar normal, mascavo, adoçante ou sucralose?”. “Frito ou grelhado?”. “Feito no azeite ou no óleo?”. “Óleo de soja, canola, girassol, coco ou milho?”. “Qual a porcentagem de cacau no chocolate da sobremesa?”.

 

Valha-me Deus... Nunca foi tão difícil comer em toda a história da humanidade. Antes, nos atentávamos ao preço do prato. Hoje, precisamos prestar atenção em tantos detalhes que escolher algo para o almoço ficou mais complicado que fazer a declaração do Imposto de Renda. São tempos difíceis.

 

E pensar que só chegamos até aqui como humanidade por conta de nossa capacidade onívora. Carne? Beleza! Castanha? Beleza! Raiz? Beleza! Fruto? Beleza! Grão? Beleza! Folha? Beleza! Que maravilha é conseguir digerir alimentos tão variados!

 

Isso que nos permitiu habitarmos desde geleiras a desertos. Sair das cavernas ficou mais fácil sabendo que podemos comer um amplo leque de opções. Daí para sermos os reis do planeta, foi o desenrolar natural das coisas. Essa bela característica evolutiva que nos permitiu chegar agora na padaria e pedir um pedaço de bolo. Mas sem glúten. Para você ver que nem todo começo promissor termina em final feliz.

 

Tenho dúvidas se essa paranoia, às raias do histerismo, acerca de um prato de comida é realmente saudável. Pode até ser bom na teoria, mas viver com mais medo de uma porção de batata frita do que de uma hecatombe nuclear não me aparenta ser algo de pessoas, hum..., normais. Pode até fazer bem para o corpo, mas é horrível para a cabeça. A média entre essas duas forças não dá para ser considerada positiva, né?

 

E o pior é que esses modismos costumam ser passageiros. A gordura animal, até pouco tempo execrada por todos adeptos da geração saúde, agora é revista pelos estudos mais recentes e entendida como melhor para o ser humano do que a de origem vegetal. É o ciclo natural da ciência – toda verdade só existe para deixar de ser verdade amanhã.

 

Vai que daqui um tempo descobrem que o glúten é super legal para determinada função do corpo que não tínhamos conhecimento ainda? Lá vai todo mundo voltar a se empaturrar de glúten em tudo quanto é feirinha gastronômica que surge na cidade.

 

Esse vai e vem da ciência, que seguimos de um lado para o outro de forma bovina, é a coisa mais bonita do mundo. E trouxa de quem se deixa levar só por isso e, no meio do caminho, se esquece que viver e tirar onda nesse tempo mixuruca que passamos pela Terra. Isso sim é o mais importante.


Comentários

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  • 23.11.2014 20:45 francisco de assis dorneles

    Lembrando que a humanidade aumenta a cada dia a sua expectativa de vida. Claro, tem uma grande parte que esta acima do peso. Por fatores genéticos e etc. Uma coisa é certa, pessoas que conseguem ter uma disciplina com alimentação, ou condições econômicas para sustentar uma alimentação mais saudável, tem melhor saúde. Aqueles que trocam água pela ingestão de coca-cola com certeza degradam aos poucos o próprio organismo. E acha adaptação do organismo para tanta indisciplina alimentar. Agora tentar entender o que a ciência alimentar recomenda e depois condena é complicado. O melhor talvez seja mesmo comer de tudo um pouco sem exageros radicais. Desta forma não morreremos "pela boca" rsrs

  • 21.11.2014 22:48 Debora Divina de Oliveira Silva

    Uma coisa é a paranóia, outra coisa é informação e estudo científico. Hoje em dia acreditamos em tudo que lemos sem checar se é informe publicitário ou informação científica. A mídia vive de produtos industrializados e produz notícias de seus interesses totalmente comerciais. Somos unívoros sim, podemos comer de tudo que seja comida de verdade. O trigo transgênico de hj possui de 400 a 600% de glúten a mais que 100 anos attás. Tudo que é demais passa. A proteína amorfa do glúten destrói a camada protetora do intestino, fazendo com que vaze para o sangue e consequentemente para o cérebro roteinas e outros elementos q deveriam ser descartados, causando todo tipo de doenças autoimunes. Vc conhece CANOLA ? Canadian oil low acid, sigla canadence, criada para especificar q o óleo de canola, produzido a partir da planta transfenica colza, que teve seu reor de ácido erúcico reduzido, ácido onflamatório e venenoso que causa problemas cardíacos, tudo criado comerciaente com baixo custo que envenena pessoa. Médicos que são meramente vendedores das indústrias químivas e farmacêuticas, e alimentsícias smpllismente apresentam esses produtos sem checar sem estudar sem verificar as fontes, apenas por ganharem presentes iphones, ipads, tvs, viagens para falsos congressos, vantagens, pagamentos de estudos e formaturas de seus filhos, etc, tudo interesse comercial. Não questionam, não verificam apenas aviam. Outros meamo sem interesse mas por preguiça nem sequer questionam.

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Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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