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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Menos imposto e mais pinga, por favor!

Na hora da declaração, imposto é mais dolorido | 23.04.14 - 09:37

Tenho uma tradição de longa data: reservo o feriado de Tiradentes no dia 21 de abril para também ser enforcado. Em solidariedade a Joaquim José da Silva Xavier, separo o dia em que o Brasil honra sua memória para fazer a declaração de Imposto de Renda. Cada um ajuda o país com aquilo que está ao seu alcance moral.

Quando junto toda papelada e coloco os dados no programa da Receita Federal, invariavelmente penso: "Nossa, eu recebi isso tudo ao longo do ano?!?. Mas a ilusão de riqueza dura pouco. Mais precisamente até preencher os campos "Contribuição previdenciária oficial" e, a hora da facada final, "Imposto sobre a renda retido na fonte". O nó na garganta vem e quase sufoca o trabalhador brasileiro tal qual aquele que levou a óbito o herói da Inconfidência Mineira. É de lascar pagar tanta grana ao longo do ano e, quando termina abril, morrer em mais uma bolada que vai para os cofres públicos.

A grana da Previdência, vá lá! Espero viver muito e pegar de volta esse dinheiro lá na frente. Mas o imposto que já é debitado no salário...

Eu não tenho restituição há alguns anos. Quando tinha esse benefício, a dor da porrada era amenizada. Era aquele bate e assopra. Como hoje pago, é chute nas partes baixas mesmo. Daqueles para você ver estrelas e ficar pensando se não vale realmente a pena a luta tal qual Tiradentes empreendeu cuja gota d`água, veja só você, foram os impostos.

É inconcebível gastarmos um percentual altíssimo de nosso orçamento para manter um mastodonte ineficaz, incompetente e corrupto como é o Estado brasileiro. Se eu pegasse tudo que gasto em imposto e torrasse em pinga, gastaria com uma droga menos letal que o Estado. E, além de fazer menos mal, ainda iria me divertir no meio do caminho. Menos imposto e mais pinga, por favor!

Não sei se virou uma regra ou recomendação, mas percebi que na nota fiscal do supermercado que frequento agora vem impresso o percentual e o valor de minhas compras que vão para o bolso indomável e perdulário do Estado. É de embrulhar o estômago. Somos diariamente bitributados. Quase tudo que pagamos caro para que o Estado nos forneça temos que acabar pagando novamente para a iniciativa privada nos fornecer algo que nem classificaria como bom, mas somente como razoável.

Não sou contra o imposto. Muito pelo contrário. Não rezo na cartilha do estado mínimo. Acredito sim que devemos pagar para que o Estado equalize diferenças, garanta serviços básicos e que tenhamos uma seguridade social. O problema é pagar o que pagamos para não receber em troca nada que possamos minimamente chamarmos de aceitável.

Uma pergunta final: será que não está na hora de uma inconfidência, agora não somente mineira mas brasileira, para limitarmos a sede do Estado por nossos suados reais que conquistamos com muito trabalho? Vamos pensando, vamos pensando…


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