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Bia Tahan
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Metrópole

Blues da Piedade

Lhes dê grandeza e um pouco de coragem | 27.11.13 - 12:01 Blues da Piedade

Goiânia - Quem ainda não foi, está perdendo. Woody Allen volta em plena forma com o ótimo Blue Jasmine, com a exuberante Kate Blanchett no papel título. Ninguém melhor do que Kate para personificar Jasmine, uma mulher linda, frívola, casada com um bilionário golpista, que de um dia para o outro se vê sem marido, casa, joias, amigos e o glamour de uma vida abastada.

Mesmo sem nenhuma perspectiva de vida, Jasmine não perde seu ar de soberba e superioridade em relação aos demais mortais – mesmo por aqueles que sobraram para lhe estender a mão e lhe dar um teto para morar. Na sua visão distorcida, essas pessoas são perdedores e ela uma pobre vítima, sem nenhuma responsabilidade sobre os acontecimentos que a deixaram apenas com uma mala Louis Vuitton, um casaquinho Chanel e um colapso nervoso.

É notório que Woody não tem nenhuma simpatia pela personagem que criou. Ela é patética em todos os sentidos e nas duas situações – a da riqueza e da pobreza. Uma pessoa sem qualquer conexão consigo mesma ou com o mundo à sua volta. 

Genial como é, Woody não fez um filme para dar lições de moral. Foge da fórmula fácil de como o ser humano é capaz de dar a volta por cima em situações adversas, uma das máximas dos roteiros hollywoodianos.  No alto dos seus mais de 70 anos, o cineasta de Nova York vê as coisas como realmente são, sem filtros ou desculpas para seus personagens. E aí reside toda sua força e a beleza de Blue Jasmine.

Não há perdão, nem esperança ou compaixão para aqueles que – como dizia Cazuza – estão no mundo, mas perderam a viagem.

 

Comentários

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  • 02.12.2013 11:04 joao carlos

    Este texto me fez ir ao cinema no domingo depois de muito tempo. Valeu a pena a espera. Blue Jasmine é um filme daqueles que a gente leva dias para digerir.

  • 28.11.2013 21:33 tonico

    A - do - rei

  • 27.11.2013 18:57 bia tahan

    Gavroche, gosteio muito do filme e li realmente que há semelhanças entre a personagem Jasmine e a Blanche de um Bonde. Eu não sou uma conhecedora de Tenessee Willians, então só posso dizer que gostei muito do filme e que Woody é gente como a gente, tem seus ídolos e referências, né não?

  • 27.11.2013 14:36 Gavroche Fukuma

    Oi Bia, infelizmente ainda não tive chance de ver o filme. Sabe como é... a vida com criança pequena e sem babá nos impede de muitas coisas básicas, como uma simples sessão de cinema. Mas é bom saber que Woody Allen deixou de lado os roteiros previsíveis, como foram seus dois últimos filmes. O que soube por outros amigos, infelizmente, é que Allen praticamente refilmou o clássico "Um bonde chamado desejo" sem sequer mencionar algum tipo de inspiração na obra. Talvez por isso evitou o instinto do final feliz. Beijo

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