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Camila  Lourenço
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Funk, Feliciano e cultura

| 22.04.13 - 16:33
Goiânia - Faço parte dos que amam as redes sociais (o que quer dizer que faço parte da maioria) e  ultimamente tenho amado ainda mais pelos choques que elas têm causado.

De Marco Feliciano ao mestrado com o tema “My Pussy é o Poder”, as redes sociais e seus temas fazem com que tenhamos cada vez mais a certeza de que somos todos preconceituosos.

Marco Feliciano, atual presidente da Comissão de Direitos  Humanos, como bem disse a atriz Letícia Sabatella “tem sido uma benção”, por nos fazer rever nossos conceitos, admitir nossa postura perante a homossexualidade e sair de cima do muro sobre o que achamos do assunto. As declarações bombásticas, polêmicas (e pra mim, estapafúrdias) do deputado que agora vieram à tona têm obrigado as pessoas a se posicionarem e com isso, enfrentar algumas verdades. Nem mesmo a figura de Deus escapa dos questionamentos que fazemos dia a dia através do que lemos e vemos na internet quando o assunto é Marco Feliciano.

Recentemente, um tema de mestrado se tornou assunto nas redes sociais por  ter como um dos temas da dissertação a cantora Valesca Popuzuda, que possui em suas músicas letras como “quero te dar” e “sou cachorrona mesmo e late que eu vou passar, agora eu sou piranha e ninguém vai me segurar”.

Acho interessante temas como esses se projetarem em nossas vidas através das redes sociais. Interessante porque através deles e de nossas reações, podemos perceber o que realmente pensamos. A dissertação sobre o mestrado que citei acima ganhou uma matéria no Jornal do SBT e foi “vítima” de vários comentários preconceituosos da jornalista Rachel Sheherazade.

Vi o vídeo no qual a jornalista diz “As universidades se popularizaram, e, com elas, os temas das teses de mestrado” insinuando que a popularização da universidade era algo ruim, entre outros impropérios. Mas o que me motiva a escrever é o fato de situações como essas fazerem com que nossas limitações e defeitos sejam escancarados.

Se procurarmos no dicionário a palavra cultura, veremos descrições como
“arte, modo de cultivar,2. Lavoura, 3. Conjunto das operações necessárias para que a terra produza; 4. Vegetal cultivado, 5. Meio de conservar, aumentar e utilizar certos produtos naturais, 6. [Figurado]  Aplicação do espírito a (determinado estudo ou trabalho intelectual), 7. Instrução, saber, estudo, 8. Apuro; perfeição; cuidado.” Ou podemos encontrar ainda essa explicação, dada pelo antropólogo britânico Eduardo B. Tyler “Cultura: aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

Eu leio e releio essas definições e em nenhuma (a não ser a definição que cita a arte) eu consigo associar ao funk. É certo que, como uma não apreciadora do estilo, conheço poucas músicas. Também, só conheço as que são tocadas exaustivamente. Não curto o que ouço. Não consigo associar cultura a letras de músicas com frases como “Hoje eu to cheia de tesão, passei meu perfume pra te excitar, botei a calcinha enterrada no #$”, mas não posso negar que é sim uma manifestação cultural, mesmo que isso vá contra o que, na minha visão limitada de mundo, entenda por cultura.

O bom de atitudes como a da mestranda é que ela trará à tona estudos que comprovam que funk pode ser bem mais do que aparenta. Mas o melhor mesmo é que assuntos e polêmicas como essas nos mostram que temos muito a aprender. Sobre sociedade, cultura e nossos próprios conceitos. 

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