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Declieux Crispim
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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

Cine Qua Non

Gatinhas & Gatões

| 21.05.18 - 11:31 Gatinhas & Gatões (Foto: Divulgação)
 
Goiânia - John Hughes capturou fragmentos da juventude de modo extremamente feliz. Realizou obras contundentes e que assinalaram uma época, o espiríto adolescente com todas as sensações peculiares, perpassando por seus dramas e receios embevecido por uma nostalgia mágica, culminando em célebres filmes como O Clube dos Cinco (1985), Curtindo a Vida Adoidado (1986) ou Mulher Nota Mil (1985). Já em seu debute em 1984 com Gatinhas e Gatões já prenunciava que sua carreira viria para ficar.
 
Nesta película, ainda que inferior a outras posteriores, a nostalgia se faz presente de modo acachapante e é impossível não voltar ao tempo e se identificar prontamente com aquelas personagens e seus receios, sentimentos e num instante em que as responsabilidades ainda não eram o foco, e sim festas, amizades, flertes, festas, balbúrdias e muita farra. Samantha Baker (Molly Ringwald) é uma adolescente às vésperas de comemorar seu décimo sexto aniversário. Sonha em namorar um colega que namora a garota mais bela da escola. Em decorrência do casamento de sua irmã mais velha, seu aniversário é completamente esquecido, o que a deixa entristecida. Para piorar, um garoto nerd da escola começa a azará-la.
 
Um turbilhão de sentimentos fervilha sob a perspectiva de Samantha num momento crucial entre a passagem da adolescência para o amadurecimento da vida adulta, mas como ainda é muito jovem não consegue balancear as emoções entre os problemas tanto na escola quanto em sua residência. No fundo, tudo o que almeja é carinho e um ombro amigo, mas lidar com as frustrações e o mundo não é nada fácil.
 
John Hughes soube de modo perspicaz trabalhar esta questão, o cerne de suas obras, e, prontamente, estabelece uma relação de empatia com o público que se identifica com aquelas personagens e, muitas vezes, coloca-se no lugar delas. Há como ela outros personagens à margem do universo ideal, tanto de beleza quanto de popularidade, a qual outros colegas fazem parte. Ela se sente feia diante de outras e se equivale a uma turma de jovens com aparência desastrosa para os padrões. Gatinhas e Gatões representa, definitivamente, um marco e uma influência direta sobre outros filmes posteriores a ele, e que, inclusive, recentemente, pode ser notada no belo Quase 18 (2016), de Kelly Fremon. O espiríto adolescente de Hughes sobrevive.

Comentários

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  • 23.05.2018 15:09 Flávia Bosso

    Adorei! Mais um filme pra lista!!! Parabéns!! Leitura excelente!

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Declieux Crispim é jornalista, cinéfilo inveterado, apreciador de música de qualidade e tudo o que se relaciona à arte. / declieuxcrispim@hotmail.com

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