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Aldivina Américo de Lima

A compreensão da adolescência por pais e educadores

| 15.12.17 - 19:19
A adolescência é um período de mudanças significativas na vida das crianças, pois implica em transformações físicas, cognitivas e sociais, as quais, muitas vezes, não são compreendidas e até entendidas como desrespeito por parte dos adultos. 
 
Para entender essas transformações, é necessário levar em consideração a natureza da adolescência, bem como a homogeneização da mesma, inserindo esses adolescentes na sociedade a qual pertencem. Salienta-se, também, que esta análise não pode ser feita de forma isolada, pois tudo tem uma historicidade.
 
Na sociedade da competitividade, da globalização e da informação, assume papel de relevância, no contexto infantil, a família, por ser a primeira instituição social da criança. É necessário, portanto, que se encontre respaldo nas ações familiares e que essas ações estejam alinhadas à justiça e à ética, visto que a criança segue o exemplo dos pais, de modo que é imprescindível haver coerência entre o que se fala e o se que faz.
 
Outra instituição relevante na vida das crianças é a escola, a qual assume papel preponderante na formação dos estudantes, pois é no espaço e tempo escolar que os sujeitos são formados, cultural, política e socialmente, uma vez que, na escola, eles passam grande parte da vida, formam amizades, criam vínculos e vivem a adolescência.
 
Por meio do currículo, ou seja, do processo ensino-aprendizagem e dos projetos educacionais se constroem a identidade, a autonomia e a formação dos cidadãos para se tornarem sujeitos reflexivos e atuantes na sociedade. Desta forma, os profissionais que atuam nas instituições educacionais precisam ser coerentes, de forma a contribuir nessa etapa e não apenas criticar esses jovens.
 
Assim, é condição essencial queescola e família atuem como mola propulsora na passagem de transição de criança para adolescência,  de forma que as dificuldades e os desafios possam ser minimizados, uma vez que os adolescentes preferirão manter contato com pessoas com quem se sintam seguros e confortáveis, para sentir apoio e compreensão dos mesmos. Portanto, ambas as instituições precisam conhecer as dificuldades e o mistério relacionados à adolescência, com menos cobrança e mais flexibilidades diante das complexidades.
 
Os integrantes da família - pai, mãe, avôs e tios - e da escola - diretores, coordenadores, professores e educadores de forma geral - são responsáveis por direcionar e alinhar as indagações e as dúvidas dos adolescentes que se sentem perdidos numa fase em que tudo parece ser difícil e até impossível.
 
Devemos considerar como esses sujeitos contemporâneos constituem a sociedade e como articulam saberes. A adolescência pode se tornar menos complexa, se ouvirmos os adolescentes, e por meio do diálogo, permitir que eles possam analisar, refletir e buscar soluções para seus problemas.
 
As decisões relacionadas ao adolescente não devem ser tomadas de cima para baixo, mas definidas em conjunto, pois os sujeitos contemporâneos não aceitam, de forma simples, quaisquer decisões. Estes jovens querem e precisam sentir-se participativos nas decisões da própria vida. O universo dos adolescentes somente será perceptível aos adultos, se estes agirem com sensibilidade, cuidado e atenção.
 
Família e escola precisam priorizar e dedicar tempo ao diálogo com os adolescentes, com tempo especial no planejamento familiar e escolar para que se tenha eficácia no resultado positivo e no aprimoramento da adolescência. Neste universo, educar aponta para o desconhecido, para a emergência.
 
 
*Aldivina Américo de Lima é diretora educacional do Colégio Marista Maringá e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/ PR).

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