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Zélia Santana

Alzheimer: um assunto para lembrar

| 14.08.17 - 17:16
Esquecimento, confusão mental, apatia, alterações de humor e perda da cognição para realizar tarefas simples como contas matemáticas. Esses são apenas alguns dos sinais de alerta que podem auxiliar no diagnóstico precoce do Alzheimer, que atinge 1,2 milhão de brasileiros e tem como principais fatores de risco o histórico familiar e a idade avançada. 
 
Estima-se que, após os 65 anos, a chance de se desenvolver a enfermidade dobra a cada cinco anos, fazendo com que 40% das pessoas acima de 85 anos tenham esse mal. Entretanto, há casos em que os sintomas surgem aos 40 ou 50 anos de idade. E, quando isso ocorre, a evolução é bem mais agressiva do que em idosos. 
 
A doença pode ser dividida em três fases: leve, moderada e grave. O estágio inicial é muito confundido com o processo natural de envelhecimento. O paciente pode apresentar problemas na fala, alterações de humor e sinais de esquecimento. Já na etapa intermediária, as limitações ficam mais evidentes. A pessoa se torna mais dependente, se perde com facilidade, repete perguntas, não consegue realizar tarefas cotidianas como cozinhar e fazer compras, além de não se lembrar de eventos recentes.
 
O estágio avançado, por sua vez, é o mais próximo da total dependência e da inatividade. Há grave prejuízo da memória, com incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos e locais conhecidos. O paciente também passa a ter dificuldade para se alimentar e se orientar, mesmo dentro de casa. Existe ainda tendência de prejuízo motor, que interfere na capacidade de locomoção.
 
Não há prevenção específica para o Alzheimer. Porém, fatores ambientais podem ajudar nesse processo, como alimentação adequada, prática de exercícios físicos, socialização, manutenção de uma vida ativa, além do tratamento e controle de doenças como diabetes, hipertensão e dislipidemia. Apesar de não ter cura, se for descoberta no início, a demência pode ser controlada por meio de medicamentos e terapias que melhoram os sintomas temporariamente. 
 
Dentre as terapias complementares se destacam as que levam estímulo ao cérebro através da música, arte, fotografias antigas de família, jogos de memória e suplementos nutricionais. É comprovado que, quando estimulados e submetidos a atividades que conseguem realizar, os pacientes apresentam ganho de autoestima e iniciativa, e assim tendem a otimizar o uso das funções ainda preservadas. 
 
Por isso, aos primeiros sinais de perda de memória, procure ajuda médica especializada. Todo lapso deve ser investigado. Como bem prega a Associação Brasileira de Alzheimer, em campanhas de conscientização da doença: “Quanto antes souber, mais tempo você terá para lembrar”.
 


*Zélia Santana é geriatra, diretora clínica do Instituto Viva Bem, preceptora da residência médica no Hospital de Urgências de Goiânia e professora da Faculdade de Medicina da PUC-GO

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