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Rafael Barbosa

Reinventando o dinheiro

| 14.06.17 - 14:29
O dinheiro, segundo historiadores e economistas, foi inventado para facilitar as trocas comerciais quando estas ficaram mais complexas. Mas novamente a sociedade contemporânea chega a um novo nível de complexidade e evolução de suas relações sociais e comerciais, e novos modelos econômicos começam a “desinventar” o dinheiro, ou, pelo menos, mudar radicalmente sua função.
 
A atual escassez de recursos naturais e econômicos sugere a ideia de que os mesmos são limitados e que não é possível produzir uma quantidade de bens de consumo ante os desejos e necessidades humanas que são ilimitados. É diante desse cenário que surgem os conceitos das economias criativas e compartilhadas, que se apresentam como alternativas frente ao descompasso do atual modelo, já se deteriorando pelo hiperconsumismo e o abismo da desigualdade econômica entre alguns poucos e outros milhões de habitantes no planeta.
 
A economia compartilhada é um desses novos conceitos frente à norma econômica vigente.  O modelo permite que as pessoas mantenham o mesmo estilo de vida, sem precisar adquirir mais, o que impacta positivamente não só no bolso. mas também na sustentabilidade do planeta.  Além da constatação de que a economia do hiperconsumismo não é mais possível, outros fatores chave ajudaram a criar esse novo modelo econômico: a recessão global, as tecnologias e redes sociais e a redefinição do sentido de comunidade. Assim surgem os aplicativos que ajudam pessoas a compartilhar recursos ociosos entre si, como é o caso das acomodações do Airbnb ou dos carros do Uber.
 
A economia criativa designa modelos de negócio ou gestão que se originam em produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, da criatividade ou do capital intelectual de uma pessoa ou várias. Esses modelos de negócios podem resultar em bens ou serviços intangíveis ou tangíveis, mas que buscam agregar a seus produtos e serviços uma ideia, uma proposta ou mesmo uma causa social. É o caso da marca Greenten, que produz camiseta com estampas bem diferentes e cada item que vendido um outro é doado a uma criança carente.
 
Grande parte dessas atividades vem do setor de cultura, moda, design, música e artesanato. Outra parte é oriunda do setor de tecnologia e inovação, como o desenvolvimento de softwares e apps para celulares.
 
O por quê guardar sendo que você pode compartilhar? É daí que parte a premissa do Consumo Colaborativo ou Economia Colaborativa. Se você tem uma furadeira, um martelo ou bicicleta que não está usando, compartilhe e recebe isso em troca, caso esteja precisando de um liquidificador, uma batedeira ou um skate. A prática possibilita o acesso a bens e serviços sem que haja necessariamente aquisição de um produto ou troca monetária entre as partes envolvidas.
 
Esse modelo prega que os produtos sejam usados por mais pessoas, aumentando sua vida útil e evitando o uso de novas matérias-primas. O movimento surgiu como uma contraproposta ao modelo de consumo que marcou a sociedade norte-americana nos anos 80 e que foi copiado por todo o mundo, onde os mais respeitados eram os que compravam mais. Esse modelo também é uma versão moderna da tradicional permuta que tem ganhado inovações por meio de plataformas que organizam essa troca de serviços e produtos, com é o caso da XporY.com, que também se insere no contexto das economias criativa e compartilhada.
 
Muito possivelmente o dinheiro terá ainda uma longa vida de uso, mas não se assuste se, com a crescente tendência desses novos modelos econômicos, ele um dia virar peça de museu diante de uma nova ordem econômica mundial.



*Rafael Barbosa é empresário e fundador da plataforma XporY 

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