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Fernando Domingues

Caminhos para inovar a Educação

| 08.02.17 - 17:18
 
A revolução educacional passa por um pouco de tecnologia, muita capacitação de professores e muita gestão. Já não é nenhuma novidade que nosso modelo escolar e universitário predominante - que já tem quase 200 anos com poucas modificações - está ultrapassado e é responsável por salas de aulas apinhadas de estudantes desmotivados e sujeitos a evasão escolar, além de professores submetidos a uma rotina repetitiva de transmissão de informações, muitas vezes desatualizadas.
 
Há aqueles que defendam essa escola tradicional, caracterizada pela padronização e disciplina, mas de forma geral a insatisfação com o modelo educacional corrente é regra, não exceção.
 
A causa disso? Em minha opinião, todos nós já fomos estudantes e sofremos de alguma forma com as "deformidades" da escola tradicional, seja na educação básica ou no ensino universitário. Talvez a maior delas seja exatamente a padronização. 
 
Em um vídeo que já circula pela internet há algum tempo, o rapper americano Richard Williams conhecido como Prince EA, coloca o sistema educacional e sua obsessão pela padronização em julgamento, fazendo uso de uma frase dita por Albert Einstein. A frase, uma crítica profunda à padronização de qualquer tipo de avaliação ou julgamento, descreve que ao se julgar um peixe pela sua capacidade de subir em arvores, este passará a vida inteira pensando que é estúpido.

 
 
Então precisamos inovar a educação, mas como fazemos isso?
 
As mudanças educacionais necessárias passam por algumas etapas. A adoção de uma nova proposta pedagógica em que o estudante é protagonista e aprende através de atividades que o levem a solucionar problemas, investigar, construir e dar significado ao mundo. 
 
A formação ou desenvolvimento de um novo professor, que faça uso de novas tecnologias e mídias digitais, seja um orientador em sala de aula e um pesquisador, autor e eterno estudante fora dela. A adaptação dos espaços de aprendizagem em um layout mais descontraído e colaborativo. O redesenho dos currículos das escolas e universidades em busca de torna-lo mais personalizável, interdisciplinar e inclusivo. Até a adoção de um novo modelo negócios no caso de instituições de ensino privadas.
 
Nesse processo de mudança, que começa com a revisão do próprio papel do estudante, passando pela transformação do professor, até a completa reconstrução da concepção da escola. 
 
Cada um dos atores tem a sua responsabilidade. A da instituição de ensino é a gestão. Gerir significa ganhar conhecimento, planejar aonde quer se chegar, definir metas e acompanhar os processos e as ações que conduzem ao atingimento dessas metas. Na prática, isso significa que as escolas e universidades têm de estudar, antes de tudo. 
 
Depois, precisam planejar seus processos de mudança, definir por onde as mudanças começarão. Pela implantação de novas tecnologias? Pela reforma das salas de aula? Pela adoção de novas metodologias de aprendizagem? Quanto isso irá custar? Quem será responsável? O planejamento termina com a definição das metas e o passo-a-passo do que precisa ser feito. Essas ações então precisam ser acompanhadas e aí entra o papel da liderança em tirar as "pedras no caminho" do processo de mudança, afinal, tudo que é novo gera resistência.
 
Além da gestão, outro ponto de atenção é a capacitação docente. Nessa nova escola, professores ganham e perdem algumas responsabilidades. Eles perdem o protagonismo e o papel de orador e palestrante, mas ganham a responsabilidade de planejar de forma mais detalhada o processo de ensino e aprendizagem. Dentro da sala de aula ele se torna orientador, mediador e facilitador, fora dela, ele deve planejar as aulas, buscar conteúdos e mídias na internet que sejam relevantes para sala de aula ou ser autor e criá-los, fazer uso de tecnologias educacionais que possam melhorar a aprendizagem dos estudantes ou facilitar a gestão da sala de aula, ser um pesquisador e estar atualizado com as descobertas mais modernas em sua área de ensino e ser um eterno estudante, buscando novas formas de ensinar e apoiar a aprendizagem.
 
É possível observar essa nova forma de educação que exige novas escolas, com novos professores, que empregam novas tecnologias, novas estratégias e ensinam novos estudantes a fazer novas coisas e claro, ver o mundo de uma nova forma.



*Fernando Domingues é diretor de inovação do ENIAC (Educação Básica e Superior)
 

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