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Gavroche Fukuma

Bons profissionais não precisam ter medo, precisam planejamento

| 03.08.16 - 11:04
 
São Paulo - A primeira coisa que eu vi na internet nesta semana, logo nos primeiros minutos do dia de trabalho, foi o vídeo do norte-americano que saltou de um avião, a mais de 7.500 metros de altitude, sem paraquedas, para terminar sua queda livre em uma rede de proteção, fixada poucos metros acima do solo. A proeza aconteceu no sábado (30/7), quando o paraquedista Luke Aikins, de 42 anos, se lançou em um voo sem precedentes na história da humanidade.
 
Um dos pontos interessantes da história de Aikins é o fato de muitos dizerem que este seria o seu salto de estreia ou sua primeira grande aparição como profissional. “Isso me soa um tanto estranho, principalmente pelo fato de eu já saltar desde os 16 anos”, replicou Aikins.
 
E é justamente este o ponto da discussão. A maioria das pessoas continua olhando para o salto como algo isolado, sem ainda se dar conta do quanto de preparação esteve envolvido até chegar ao seu grand finale. Aikins já acumula mais de 18 mil saltos em sua carreira. Apenas para este evento, realizou outras centenas de experiências de menores altitudes durante os últimos dois anos. Foram milhares de passos de bebê até poder dar o passo de gigante. 
 
E isso muitos de nós também enfrentamos no nosso dia a dia. Vamos estudando, acumulando experiência, dando passos de bebê, nos preparando para o dia em que alguém poderá nos oferecer a chance de dar o passo de gigante. Aí a porta do avião se abre e você tem alguns poucos segundos para decidir o grande salto. Tudo precisa ser decidido ali, afinal se você esperar um pouco mais pode ser muito tarde, o avião passará do ponto, e você não irá conseguir atingir a rede.
 
Hesitar pode ser o pior dos erros, mas será que a preparação foi suficiente? Quando é que podemos arriscar tudo, correndo o risco de desperdiçar todos os anos de preparação, e saltar sem paraquedas? A resposta para nós, pessoas que não saltam sem paraquedas ou que sequer se aproximam desse esporte radical, é - Salte quando achar que deve!
 
O risco de Aikins é muito maior do que o nosso. O paraquedista, a uma distância de 7.500 metros, precisava acertar uma rede de pouco mais mil metros quadrados, algo como um grande quadrado de 33 metros de lado. Ao assistir ao vídeo, pela câmera posicionada em seu capacete (por que afinal ele usava um capacete?), a rede era um minúsculo ponto no deserto da Califórnia. Se ele errasse, não haveria uma segunda chance.
 
A nossa grande vantagem sobre Aikins é que ainda que tudo dê errado, ainda que a gente erre a rede por muitos metros de distância, sempre nos restará a chance de levantar, sacudir a poeira, curar alguns arranhões, acumular mais um grande aprendizado, e começar tudo de novo.
 
Então, por que não saltar? Por que tanta gente se acomoda com a segurança do voo e prefere nunca colocar os pés para fora do avião? Não acho que este seja um artigo sobre empreendedorismo. Acho muito chata essa mania de todos colocarem o empreendedorismo como o grande negócio da humanidade. Acho apenas que o medo não pode fazer parte do currículo de bons profissionais, seja para trabalhar em seu próprio negócio ou para escrever novos capítulos dentro de empresas já estabelecidas. Não podemos nos apequenar.
 
E aí? Quem vai saltar?




*Gavroche Fukuma é jornalista e diretor de marketing de conteúdo da Economídia

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